Governo se prepara para fortes turbulências nos próximos dias, diz Bolsonaro
O governo tem enfrentado dificuldades no Congresso Nacional e sofrido derrotas nos últimos dias
O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira (10), em Brasília, que o governo trabalha com a possibilidade de fortes turbulências nos próximos dias. Ele evitou dar maiores detalhes, mas afirma que o governo já está se preparando.
“Alguns problemas, sim. Talvez tenha um tsunami na semana que vem, mas a gente vence esse obstáculo com toda certeza. Somos seres humanos, a gente erra. Alguns erros são perdoáveis, outros não”, disse.
O governo tem enfrentado dificuldades no Congresso Nacional e sofrido derrotas. A maior delas, foi durante a discussão da medida provisória da reforma administrativa. A decisão da comissão especial de tirar o Controle de atividades financeiras do ministro da Justiça (Coaf) do Sergio Moro e levar o órgão para o Ministério da Economia, ainda promete gerar muita polêmica.
A transferência é defendida por praticamente todos os políticos investigados por corrupção, que na prática querem limitar a ação do Coaf e também dos auditores fiscais. O porta voz da Presidência, Rêgo Barros, negou que governo esteja de braços cruzados e afirmou que o governo analisa todas as possibilidades, apesar de afirmar que alterar o texto é um direito de deputados e senadores.
O prazo começa a ficar apertado, uma vez que a medida provisória precisa ser aprovada até o início de junho, para não perder a validade. Durante um evento com funcionários da Caixa Econômica Federal, o presidente voltou a defender o fim das indicações políticas para cargos dentro do governo, de estatais e bancos públicos.
“A imagem distorcida da Caixa era em função disso. Cada partido tinha uma diretoria, uma vice-presidência e, com todo respeito, o preisdente — para ser educado — não falava muito. Não tinha como dar certo”, afirmou Bolsonaro.
Para a semana que vem, a expectativa é de que o governo anuncie um novo pacote de ajuda aos estados. O Palácio do Planalto espera com isso garantir apoio dos governadores para aprovar a reforma da Previdência.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin, de Brasília
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