Governo simplifica tratamento da tuberculose em crianças
O Brasil tem uma nova estratégia para combater uma das 10 doenças que mais mata no mundo: a tuberculose. O ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (9), uma nova formulação para o tratamento da doença, com foco nas crianças.
Agora o SUS passa a oferecer para os menores de 10 anos comprimidos solúveis com uma dose fixa combinada, dispensando a necessidade de ministrar três medicamentos diariamente pelos seis meses de tratamento.
Isso, como explica a coordenadora do Programa Nacional de Controle de Tuberculose, Denise Arakaki, deve facilitar o trabalho de todos os envolvidos no tratamento. “A nova apresentação diminui o erro de dosagem, porque a mãe ou cuidador não precisa ficar quebrando o comprimido. A criança aceita melhor e, principalmente, reduz o sofrimento dos pacientes.”
A novidade é importante porque, segundo dados do Ministério da Saúde, o abandono do tratamento é o principal motivo para a tuberculose continuar fazendo vítimas fatais no Brasil. A questão é que, apesar da melhora dos sintomas já nas primeiras semanas, a cura só é garantida ao final do esquema terapêutico.
A interrupção do tratamento antes da conclusão pode tornar o paciente resistente aos antibióticos, o que gera complicações que podem levar a óbito.
Porém, no Brasil, de acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o problema está na deficiência do atendimento básico de saúde. “É preciso reconstruir a atenção primária desse país. Ou vamos em direção a aquilo que está na base do nosso sistema ou ficaremos sempre procurando uma solução muito mais complexa.”
Segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde, a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata jovens e adultos no mundo, ultrapassando o HIV. No Brasil são registrados, por ano, cerca de 4500 óbitos. Isso quer dizer que, em média, 13 brasileiros morrem por dia por conta da doença.
A transmissão da tuberculose ocorre por via respiratória. Ao espirrar, tossir ou até mesmo falar, a pessoa infectada lança a bactéria causadora da doença no ar.
O principal sintoma é justamente uma tosse que permaneça por mais de três semanas.
*Com informações do repórter Antônio Maldonado
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