“Graças a Deus o Rio não vai quebrar comigo”, diz Pezão

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2017 10h06 - Atualizado em 16/12/2017 12h03
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Fernando Frazão/Agência Brasil Fernando Frazão/Agência Brasil Governador Pezão (foto) também rebateu críticas do ex-governador Sérgio Cabral, que disse em interrogatório: "essa crise não é minha"

Em entrevista ao Jornal da Manhã da Jovem Pan neste sábado (16) o governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão garantiu: “(a Previdência) não vai quebrar comigo, graças a Deus. O Estado não vai quebrar em (20)18″.

Pezão cita o “dever de casa” que diz que tem feito na Previdência estadual e o fato de o Rio ser o primeiro a aderir à lei de recuperação fiscal. Nesta sexta (15), Pezão e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles assinaram empréstimo de R$ 2,9 bilhões do banco BNP Paribas para o Rio de Janeiro.

O governador é otimista e afirma que “2018 vai ser melhor”. Ele diz que “trabalhou muito”, mesmo em meio ao câncer que o acometeu, para ajudar a aprovar o projeto de recuperação de Estados no Congresso Nacional. “Uso as armas que tenho para tentar não deixar (o Rio) quebrar”, disse. “Eu não posso emitir moeda como o governo federal emite e cobre seu déficit”, comparou.

Pezão disse que, para enfrentar os salários atrasados e a previsão de déficit de R$ 10 bilhões no Estado para 2018, vai “tentar aprovar a securitização da dívida ativa, lutar para aumentar a receita e torcer para que o País cresça”. “Se o Brasil crescer melhora muito”, prevê.

O governador reconhece, porém, que o Estado “vive uma crise profunda” e que manter as contas “é uma dificuldade imensa”. “A crise é a Previdência pública”, analisou.

Pezão cita a “dependência” que o Rio ainda tem com os royalties do petróleo e o desemprego gerado pelo fim das grandes obras para Copa do Mundo e Olimpíadas na capital fluminense, que “deram muito emprego”.

Colocando ainda a queda na arrecadação como causa da crise financeira no Estado (queda de mais de 30%, segundo Pezão), o governador minimiza e compara: “não é só o Rio que está com salário atrasado”. Questionado sobre a violência, Pezão também voltou a amenizar os números no Estado. “O problema da violência não é exclusividade do Rio de Janeiro. É que o Rio tem visibilidade maior”, disse.

Respostas a Cabral

Pezão também rebateu críticas do ex-governador Sérgio Cabral, preso e condenado na Lava Jato por corrupção no cargo, que disse no começo do mês, em audiência judicial, que o atual governante não cuidou do estádio do Maracanã e do teleférico do complexo do Alemão.

“Não tenho só o Maracanã e o teleférico para me preocupar”, afirmou Pezão, citando novamente a crise financeira do Rio. O atual governador disse, no entanto, que os cabos do teleférico estão “desgastados” e chegaram do exterior sem condições de serem implantados.

“Ele (Cabral) fez uma licitação e eu tenho que seguir o contrato jurídico”, disse também Pezão. “A crítica todo mundo faz e é natural que se faça”, amenizou o governador, em relação ao ex-aliado.

Pezão ainda comparou o preço do barril do petróleo na época de Cabral e atualmente. O governador respondia à frase “essa crise não é minha”, dita por Sérgio Cabral no mesmo interrogatório ao juiz Marcelo Bretas em 5 de dezembro.

“Não tive a sorte de ter o preço do barril do petróleo a 115 dólares. Isso cobre quase todo o déficit da previdência”, avaliou Pezão. “Tive (o preço do petróleo) a 28 dólares”.

Ouça a entrevista completa abaixo:

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