Parte do PSL indica lealdade a Bolsonaro e debandada não está descartada
Parlamentares do PSL mostram posições divergentes sobre a situação envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar, que disse nesta quarta-feira (9) que a fala do presidente da República “foi terminal” e ele “já está afastado” do partido.
Ainda segundo Bivar, Bolsonaro pode levar “tudo” do PSL, menos “a dignidade, o sentimento liberal e o combate à corrupção”.
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio, saiu em defesa de Luciano Bivar. Disse que vai continuar defendendo o presidente Jair Bolsonaro mesmo que saia do partido, mas vai seguir apoiando o deputado no comando da legenda.
Para ele, as desavenças tiram a tranquilidade para o presidente trabalhar e são desnecessárias. “Os dois se completam: Bivar e Bolsonaro. Sem o Bolsonaro não tinha o partido que Bivar preside e, sem o Bivar, Bolsonaro não era candidato coisa nenhuma. Algumas pessoas que querem pilhar o presidente, parabéns, estão conseguindo.”
Porém, Major Olímpio não poupou críticas aos filhos do presidente da República. Para ele, o deputado Eduardo Bolsonaro “está destruindo o partido em São Paulo” e o senador Flávio Bolsonaro não tem autoridade para cobrar dele a retirada da assinatura pela CPI da Lava Toga.
Na Câmara, grande parte da bancada se coloca ao lado de Bolsonaro. Nos bastidores, a avaliação é que caso o presidente resolvesse sair do PSL, pelo menos 20 dos 53 deputados federais o acompanhariam. Alguns chegaram a articular uma carta, pedindo uma convenção que elegeria uma nova direção para a legenda.
No plenário, o deputado Bibo Nunes disse que Luciano Bivar desrespeitou o presidente Jair Bolsonaro. “Tem que se ter noção do tamanho de um presidente da República, o que ele representa e o tamanho de um presidente de partido que deve seu tamanho justamente ao presidente da República. Isso é uma demonstração de ingratidão e desrespeito.”
Em uma eventual debandada de deputados do PSL, o Podemos aparece como um dos possíveis destinos. Segundo o líder do Podemos na Câmara, o partido já negocia com parlamentares do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e de estados do Norte.
Um nome confirmado já seria da deputada mineira Alê Silva.
Porém, eles tratam o tema com cautela para não violarem a lei de infidelidade partidária.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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