Greve e desabastecimento devem empurrar inflação para cima e PIB para baixo

Tânia Rêgo/Agência Brasil Greve dos caminhoneiros deve ocasionar alta nos preços de alimentos e insumos

A contabilização dos efeitos dessa mobilização dos caminhoneiros, das dificuldades de abastecimento que o País vem enfrentando, tudo isso deve produzir números muito negativos tanto em termos de atividade, como de inflação.

De inflação pode não ser um movimento muito crítico porque nós estávamos momento de inflação baixa, agora houve aumento de preço de alimentos e insumos de uma série de produtos, tanto pela piora das condições para a produção e também para o transporte, mas até por movimentos especulativos que nós iremos até nos postos de gasolina, mesmo em relação aos alimentos.

E houve sim uma piora do nível de atividade com a interrupção das atividades em várias empresas e setores, perda de produto na agricultura, descarte mesmo de produto por falta de condições de armazenagem. Então tudo isso vai aparecer nos dados atividades, nos indicadores de atividades, nos índices de inflação e mais do que tudo a gente teve um reforço no clima de incerteza que já vem atrapalhando uma retomada mais rigorosa na atividade econômica.

Empresários e consumidores, mesmo investidores, que podem trazer recursos de longo prazo para o País, já vinham muito mais cautelosos. É o que explica em boa parte a fraqueza dos resultados que nós tivermos especialmente no primeiro trimestre, mas agora a tendência da economia tem um crescimento ainda mais fraco ao longo deste ano.

Após o início dessa paralisação dos transportes já começou uma nova onda de revisão para baixo das projeções para o PIB deste ano e agora já se fala até na possibilidade de um crescimento abaixo dos 2%.

*Com informações de Denise Campos de Toledo