Greve é responsabilidade do governo federal, diz Márcio França

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2018 10h08 - Atualizado em 28/05/2018 10h18
Governo SP Governador de São Paulo, Márcio França (PSB), admite que a greve dos caminhoneiros ainda não chegou ao fim

A greve dos caminhoneiros chega ao 7º dia causando muitos transtornos pelo País. Na manhã desta segunda-feira (28), várias estradas amanheceram com pontos de bloqueios e interrupções. Só no estado de São Paulo são 32 pontos de paradas. Em entrevista ao Jornal da Manhã, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), criticou o modo como as negociações com os caminhoneiros foram conduzidas pelo governo Temer.

“No sábado eu fiz um acordo com os representantes do caminhoneiros e eles retiraram 85% de tudo o que estava na rua. Em torno de 13 mil pessoas saíram e ficaram só mil. De 200 lugares que tinham pontos de parada, ficaram só 30. Ficou combinado de falar com o presidente da República. Na noite de sábado o ministro Marun veio e recebeu a reivindicação de congelar o preço do Diesel por 60 dias, com R$ 0,41 centavos a menos no preço da bomba e de fazer a MP. Mas na tarde do domingo, o ministro disse que o governo não conseguia cumprir. Só que durante a noite, o presidente da República anunciou aquilo que não podia fazer”, explicou França.

Segundo o governador de São Paulo, agora será preciso uma nova conversa por conta da falta de comunicação. “Nesse meio tempo entra um monte de gente na história (…) “Só entramos porque percebi que em Brasília, eles estavam conversando com quem não estava na ponta da linha. Ou seja, a liderança sindical não comanda na ponta. Tanto que a nossa conversa deu certo, pois em um dia liberamos 90% das pistas. Não adianta fazer os benefícios, mas o que eles querem é a redução dos combustíveis”, ressaltou.

“A obrigação é do presidente da República. Quem fixa o preço do combustível é o governo federal”, disse.

Questionado sobre o caos que transformou o estado de São Paulo na pior semana das últimas décadas, o governador reafirmou que o estado tem feito sua parte na negociação, porém as reivindicações são federais. “Isso é responsabilidade do governo federal. Eles que fizeram esse aumento. A conta que a Petrobras está fazendo não fecha no bolso do cidadão da ponta. Aumentar 10 vezes em um mês ia dar problema”, criticou França.

O governador cobrou ainda que se tenha uma certa previsibilidade no preço da gasolina e do frete. França também pediu aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), urgência na aprovação do PL que prevê a fixação do preço do frete minimo.

França disse ainda que as manifestações desta segunda-feira não são exclusivas dos caminhoneiros. “Essa sensação de falta de autoridade permite que cada pessoa vá lá e interrompa a pista. Agora entram outros assuntos no meio”, afirmou.

“Não é possível dizer que a greve terminou. Ela está exatamente congelada. Os pontos de parada em São Paulo estão como o combinado, no acostamento e nos canteiros centrais. As vias estão abertas, mas o problema convencer o sujeito entrar na boleia e fazer o seu serviço”, concluiu o governador de São Paulo.

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