Guarda de Barcelona confisca urnas para impedir que referendo separatista da Catalunha ocorra
A Espanha continua enfrentando uma grave crise política e institucional por causa do referendo separatista convocado pelo governo da Catalunha.
Nesta manhã, a Guarda Urbana de Barcelona confiscou as urnas de todos os colégios eleitorais da capital catalã em mais uma tentativa de impedir que a votação marcada para o próximo domingo aconteça.
É um impasse em que os dois lados estão tentando ganhar na força. O governo de Madri mostra um autoritarismo poucas vezes visto na Europa nos últimos anos.
Com a benção do primeiro-ministro Mariano Rajoy, milhões de cédulas foram apreendidas, políticos importantes do governo catalão foram presos e prefeitos estão sendo ameaçados com processos criminais caso permitam que as votações ocorram em espaços públicos.
Por outro lado, o governo da Catalunha convocou o referendo atropelando a constituição espanhola numa tentativa considerada ilegal e inconstitucional pela justiça.
A situação chegou a tal extremo que hoje a prefeita de Barcelona, Ada Colau, publicou um artigo no jornal inglês The Guardian pedindo que intervenção da União Europeia na questão.
Segundo Colau, os europeus precisam os direitos de liberdade dos catalães, que estão ameaçados.
A prefeita defende uma posição que parece muito razoável. Ela mesma não é a favor da separação, como a maioria da população local, segundo indicam as pesquisas.
Mas, para Ada Colau, os catalães precisam ter o direito de decidir democraticamente a questão com um referendo negociado, no estilo do que ocorreu na Escócia em 2014. Naquela ocasião, os escoceses votaram para permanecer no Reino Unido e o assunto parece mais ou menos encerrado, apesar do Brexit.
A Catalunha também precisa de uma negociação política que apazigue os rompantes separatistas que só ganharam fôlego nas últimas décadas.
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