Guedes diz que se afastou da negociação com o Congresso e fala em ‘fim de voluntarismo’
Segundo o ministro, ele está dormindo mais tranquilo, pois o governo achou o eixo com a articulação política
O ministro da Economia, Paulo Guedes, declara que se afastou da negociação com o Congresso Nacional e fala em “fim de voluntarismo”. Ele acrescenta que está dormindo mais tranquilo, pois o governo achou o eixo com a articulação política. Em um debate sobre a reforma administrativa, realizado nesta quarta-feira, 9, Guedes destacou que as mudanças serão aprovadas ainda em 2020. Depois de atritos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro da Economia afaga o deputado, mas diz que se “recolheu”. “Aí o governo consegue decidir e encaminhar de uma forma mais adequada, que não seja um ministro dependendo também de um olhar generoso e amigo. Faço questão de registrar que o nosso presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sempre nos ajudou em todas as reformas, tivemos agora um ou outro desalinhamento, mas é natural porque eu tenho que proteger a União. O meu recolhimento é só isso, não é nada pessoal. Tenho muita gratidão, faço esse agradecimento ao Rodrigo. Só que agora estou enquadrado em um regime de comunicação política regular, acabou o meu voluntarismo”, afirma.
De acordo com Paulo Guedes, a reforma administrativa trará uma economia de R$ 300 bilhões em 10 anos. O ministro lembra que as mudanças valerão apenas para novos servidores, mas defende a “meritocracia para o topo do funcionalismo”. “Tem que haver uma valorização da meritocracia. Então todos estes direitos, direito a estabilidade de emprego, progressões salariais, tudo isso tem que vir na meritocracia, não é nada assim no serviço público brasileiro. É uma distribuição quase socialista. A dispersão de salário do Supremo e de um recém regresso na carreira do Judiciário é ridiculamente baixa”, afirma Guedes, detalhando que cada carreira fará as regulamentações necessárias. Em uma fala anterior à de Paulo Guedes durante o evento do IDP, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu uma reforma abrangente. “Seria muito importante que a gente pudesse fazer uma reforma de todo o serviço púbico, também do Judiciário, do Ministério Público, das Forças Armadas. Mas nada que seja feito sem diálogo, no meu entendimento, vai avançar no parlamento”, ressalta. O deputado Rodrigo Maia cita o salário médio atual dos servidores da Câmara: R$ 35 mil. Além da reforma administrativa proposta pelo governo, a Câmara também está estudando mudanças nas estruturas do legislativo.
*Com informações do repórter Camila Yunes
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