Guerra gera divergências entre ex-chefes da chancelaria do Brasil e divide políticos

Neutralidade do Brasil diante do conflito entre Rússia e Ucrânia e seus impactos práticos, como no preço do petróleo e no fornecimento de fertilizantes, estão no centro das discussões

  • Por Jovem Pan
  • 03/03/2022 10h42 - Atualizado em 03/03/2022 10h42
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Alan Santos/PR Ernesto Araújo Ernesto Araújo, ex-chanceler brasileiro, critica a neutralidade do governo Bolsonaro diante do conflito entre Rússia e Ucrânia

O conflito entre Rússia e Ucrânia tem gerado polêmicas internas também no Brasil. O ex-ministro das Relações Exteriores no governo atual, Ernesto Araújo, por exemplo, afirma que a neutralidade defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) transmite uma preferência pela Rússia. Ele também criticou a visita ao país e o encontro do chefe do Executivo brasileiro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, antes da guerra. Já o ex-ministro do governo Lula, Celso Amorim, é contra sanções à Rússia. Por sua vez, o ex-chanceler acredita que, além de não resolver, pois não tem resultados práticos, criarão mais problemas com o aumento de preços.

No Congresso Nacional, parlamentares tem se manifestado sobre os impactos da invasão russa à Ucrânia, como a alta do barril do petróleo e os prejuízos sobre a importação de fertilizantes. A neutralidade do governo e a situação dos brasileiros em áreas afetadas são outros motivos de preocupação de políticos nas redes sociais. Senadores como Romário (PL-RJ) e Jaques Wagner (PT-RJ) informaram ter enviado ofícios ao Ministério das Relações Exteriores para obter informações sobre o apoio que o governo está oferecendo.

De acordo com o Itamaraty, apesar do incentivo para que todos saiam de Kiev rumo às fronteiras da Polônia e da Romênia, a embaixada do Brasil na capital ucraniana continua aberta e atendendo aos brasileiros que ainda estiverem na cidade. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores informou que para prestar melhor assistência parte da equipe da embaixada ficou em Kiev, de onde opera de maneira remota, por questões de segurança, e que parte foi deslocada a Lviv, devido a grande movimentação nessa cidade com destino à fronteira.

Nas redes sociais, o embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton Rapesta, publicou um vídeo da chegada a Lviv com a equipe da embaixada e brasileiros em deslocamento. Ele destacou que a retirada é parte do trabalho do ministério brasileiro. “Acabamos de chegar de Kiev, viagem de 650 quilômetros. Aqui, brasileiros, estamos bem. Eles seguem para Polônia e para a Romênia. Esse é o trabalho do Itamaraty”, diz no vídeo. Foram abertos dois postos de atendimento consular para os brasileiros que querem deixar a Ucrânia. Um em Lviv, perto da fronteira com a Polônia, e o outro é em Chisinau, capital da Moldávia, para ajudar os que querem sair pela Romênia.

*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor

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