‘Há grande chance de Democratas saírem derrotados das eleições desta terça’, diz analista

Para o coronel Gerson Gomes, uma eventual perda da maioria nas casas do legislativo levará Joe Biden a reformular seu governo e poderá até consolidar um processo de impeachment contra ele

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2022 09h13 - Atualizado em 08/11/2022 12h05
Reprodução/Jovem Pan News/Jornal da Manhã Coronel Gerson Gomes, analista de Geopolítica do Instituto Civitas, em entrevista à Jovem Pan Coronel Gerson Gomes, analista de Geopolítica do Instituto Civitas, em entrevista à Jovem Pan

Nesta terça-feira, 8, ocorrem as Midterms, eleições de meio mandato para cargos legislativos dos Estados Unidos. Para comentar o assunto, o coronel Gerson Gomes, analista de geopolítica do Instituto Civitas, concedeu entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. Segundo ele, há uma grande chance do partido Democratas sair derrotado na disputa, perdendo a pequena maioria que possui nas casas legislativas, tanto a câmara quanto o senado. Caso isso aconteça, segundo o especialista, é provável que o presidente Joe Biden tenha que reformular o seu governo e suas decisões em diversos temas, na tentativa de evitar que um processo de impeachment, dentre vários que já existem, se estabeleça contra ele. “A disputa mais importante será para o Senado. Aqui é bastante comum que haja um equilíbrio. Hoje, nós estamos com 50 senadores cada um dos dois principais partidos, Republicanos e Democratas. E, nesse caso, dá o voto de minerva a vice-presidente da República, que presidente o senado. Então, hoje, o partido Democratas tem a maioria tanto na câmara quanto no senado. Há uma grande possibilidade de que essa situação se reverta, o que não é raro nos Estados Unidos”, disse o especialista.

Gomes ainda citou que o cidadão americano está acostumado a votar a cada dois anos, muitas vezes mudando o cenário político, sem conceder muito poder a um mesmo partido por muito tempo. Ainda assim, segundo ele, não é comum que o presidente eleito perca a maioria nas duas casas do legislativo, como pode ocorrer nesta terça-feira, 8, mas em apenas uma delas. “Normalmente, o que acontece nessas eleições é que o presidente perde a maioria de uma das casas, dificilmente ele perde a maioria nas duas, como está acontecendo. Essa situação é mais decorrente por causa de uma situação que talvez se repita no Brasil. Houve uma frente que foi organizada para derrotar o presidente Trump e, nessa frente, foram reunidos tanto os membros do partido Democratas mais tradicionais, ligados ao establishment, em Washington, e também foram juntados a extrema-esquerda, inclusive uma esquerda socialista, que era somente histórica, representado por Bernie Sanders, mas também por uma esquerda nova, identitária, ligada a vários movimentos, de LGBT, ambientalista, movimentos identitários de diversas formas. Esses grupos se uniram, mas hoje eles pressionam muito a gestão Biden, que tem uma política externa bastante confusa. Isso levou os Estados Unidos ao piores índices, em décadas, de inflação, de produção energética, houve um consumo das reservas estratégicas para tentar estabilizar o preço para as eleições, numa manobra do próprio Biden. Muito provavelmente a perda da maioria nas duas casas talvez faça Biden reestruturar o seu mandato. Talvez até nem termine o seu mandato. Há vários processos de impeachment em andamento e é possível que eles se estabeleçam agora”, pontuou.

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