Ibaneis Rocha entrega celular à PF e busca apoio por volta ao cargo de governador do DF
Emedebista espera fazer um acordo com o STF por seu retorno assim que sua inocência for provada
O advogado Cleber Lopes, defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), entregou o celular do mandatário da capital federal à Polícia Federal na última segunda-feira, 23. Ele disse que o governador fez questão de que o telefone fosse periciado, já que não teria nada a esconder e seria o maior interessado na apuração dos fatos. Aliados de Rocha afirmam que a expectativa é de se fazer um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele possa retornar ao cargo assim que for provado que ele não teve envolvimento com a omissão das forças de segurança de Brasília no dia 8 de janeiro, quando houve atos de vandalismo que depredaram as sedes dos Três Poderes.
Na semana passada, os agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Ibaneis, no antigo escritório de advocacia dele e no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. No entanto, como ele estava viajando, o aparelho celular não pôde ser confiscado na data. Dois computadores e documentos já estavam em posse dos agentes federais. As medidas foram autorizadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a partir de pedidos da Procuradoria-geral da República. O objetivo é buscar provas para instruir o inquérito que investiga condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir as invasões e a depredação das sedes dos Três Poderes. Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por um período de 90 dias.
Na semana passada, Rocha ainda se apresentou voluntariamente na superintendência da PF e prestou depoimento. Segundo Ibaneis, ele não tinha conhecimento da periculosidade da manifestação do dia 8 de janeiro e afirmou que o plano de segurança elaborado para a manifestação sofreu atos de sabotagem das forças de segurança locais. Rocha acusou, inclusive, também no depoimento, policiais de terem agido com conivência e colaboração com os “manifestantes golpistas”, como foram chamados no documento encaminhado para o STF.
*Com informações da repórter Berenice Leite
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