Ilan Goldfajn defende reformas para que BC possa continuar com política de redução da Selic
O ano começa com grandes expectativas na economia e o mercado prevê novas reduções da taxa básica de juros. Há ainda a possibilidade de se avançar ou não com a reforma da Previdência, marcada para fevereiro.
Questionado por Denise Campos de Toledo, em entrevista exclusiva, sobre até que ponto a questão fiscal pode pesar nas decisões do Banco Central, o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, ressaltou a importância das reformas, dos ajustes e, com isso, o espaço que o BC possui para avançar com a redução dos juros.
Em caso de não aprovação da reforma previdenciária, é preciso que a inflação continue baixa e os riscos continuem como estão atualmente para, assim, manter a taxa de juros. “Dado isso sinalizamos que há possibilidade de flexibilização monetária. Vamos avaliar, tem mais um mês e pouquinho para a decisão e vamos ver como se desenrola a conjuntura econômica”, disse.
“As reformas, os riscos, ajustes. A inflação está bem-comportada. As nossas projeções estão bem. Tudo tem seu lado, tem riscos, mas tem inflação baixa, projeções bem-comportadas e de recuperação gradual da economia. Tudo se junta para definir a taxa de juros no futuro”, completou.
Sobre a inflação abaixo da meta em 2017, Ilan Goldfajn, atribuiu o feito à baixa inflacionária dos alimentos, que caiu na média 5% no ano passado. “A parte que tem a ver com o BC está muito bem, obrigado. A parte que levou à inflação mais baixa tem a ver com a parte que o BC não tem controle direto que é a inflação de alimentos que caiu bastante. Essa vai ser a nossa explicação, mostrando que a inflação caiu, poder de compra e consumo aumentou e graças à atuação do BC e também devido à queda de inflação de alimentos”, explicou.
Sobre as consequências de uma queda na taxa básica de juros, o presidente do BC disse que a tendência é a queda de outras taxas, como a dos juros no crédito, por exemplo. “Ela não é imediata, porque tem muitas incertezas. Já estamos começando, estamos avançando, mas tem muito o que fazer. Trabalho é estrutural. Temo que melhorar informação para todo mundo. Fizemos a parte da taxa básica que caiu bastante. Temos muito a fazer, mas ano passado andamos consideravelmente. Temos que deixar a taxa de juros básica para todo mundo, temos que democratizar um juros menor”.
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