Impacto da crise do Oriente Médio depende da retaliação do Irã, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2020 10h09 - Atualizado em 07/01/2020 10h16
EFE Nesta terça-feira (7) o parlamento iraniano aprovou uma medida que considera o comando militar norte-americano como terrorista

As ameças iranianas contra os Estados Unidos representariam muito mais um blefe do que ameaças reais. É essa a avaliação do especialista em assuntos relacionados a Israel e Oriente Médio André Lajst.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, André falou sobre as possíveis consequências dessa crise entre os EUA e o Oriente Médio no Brasil. De acordo com ele, os impactos podem ser econômicos a longo prazo, mas ainda é muito cedo para bater o martelo. “Temos que esperar que tipo de retaliação pode acontecer.”

A medida de chamar o embaixador brasileiro no Teerã para falar com o Ministério das Relações Exteriores na última segunda-feira (6) aconteceu justamente por conta da declaração do governo brasileiro em apoio aos EUA.

De acordo com André Lajst, isso terá que ser feito com, praticamente, todos os países do mundo. “Quase todos os países ocidentais estão alinhados com políticas antiterrorismo. O Brasil está apoiando a eliminação de uma pessoa que criou terrorismo nos últimos 25 anos.”

Porém, mesmo com isso, Lajst acredita que a crise não deve atingir diretamente o Brasil.

EUA

Nesta terça-feira (7) o parlamento iraniano aprovou uma medida que considera o comando militar norte-americano como terrorista — sujeito a sanções iranianas. Mas, para o especialista, isso é uma retórica do governo que representa muito mais um simbolismo do que uma ameaça real.

“É uma resposta ao governo dos EUA terem colocado as guardas revolucionarias iranianas como organização terrorista. É bem diferente os Estados Unidos declararem isso e aplicar sanções do que o Irã fazer a mesma coisa. Eles sabem o terreno que estão tocando. Eles não tem forças militares para lutar contra os EUA nem contra outros países da região. Então é, de uma certa forma, mais blefe do que ameaças concretas.”

Sobre um possível acordo, André acredita que um acordo é melhor do que um não-acordo — apesar de achar difícil os governos ocidentais chegarem a um que inclua tanto os EUA quanto Israel.

“Para um acordo sem bom, ele precisa contemplar as necessidades do Ocidente. O acordo que existia possibilitava o Irã mentir e nada impede que eles mintam novamente”, finaliza.

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