Impeachment de Trump conclui primeiras audiências e deve entrar em nova fase

  • 23/11/2019 09h55
EFE/EPA/SHAWN THEW Os comitês da Câmara dos EUA que estão à frente do processo devem decidir se vão convocar novas testemunhas para prestar depoimentos

A quinta-feira (21) marcou o último dia de audiências no inquérito de impeachment contra Donald Trump – pelo menos até agora. Os comitês da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que estão à frente do processo devem decidir se vão convocar novas testemunhas para prestar depoimentos, ou se já passam para a fase de análise do que conseguiram com as audiências.

Se os comitês decidirem que há indícios suficientes de irregularidades para seguir com o processo de impeachment, então uma votação de maioria simples em toda a Câmara resolve se os deputados vão recomendar ou não os artigos de impeachment ao Senado, dando início a um novo julgamento.

Nesta última semana, os comitês ouviram testemunhas em audiências públicas que foram televisionadas para todo o país.

Na terça-feira, em uma audiência que durou quase 12 horas, falaram o tenente-coronel Alexander Vindman, especialista em Ucrânia no Conselho Nacional de Segurança, Jennifer Williams, uma conselheira para assuntos europeus, o ex-enviado especial dos Estados Unidos à Ucrânia, Kurt Volker, e Tim Morrison, um ex-funcionário do Conselho Nacional de Segurança.

Alexander Vindman e Jennifer Williams disseram que ouviram a ligação telefônica entre Donald Trump e o presidente ucraniano Volodimir Zelensky do dia 25 de julho que está no centro do impeachment, e acharam a conversa imprópria.

De acordo com Vindman, o presidente dos Estados Unidos pediu para que um governo estrangeiro investigasse um cidadão norte-americano e adversário político.

Uma das principais audiências de todo o inquérito aconteceu na quarta-feira, quando o embaixador dos Estados Unidos na União Europeia, Gordon Sondland, prestou depoimento.

Ele disse que ele é outros oficiais obedeceram a ordens de Donald Trump para pressionar o presidente da Ucrânia a realizar a investigação sobre Joe Biden, apesar de ter dito que nunca recebeu as ordens diretamente de Trump.

Sondland também indicou que Trump teria condicionado a liberação de ajuda militar e financeira à Ucrânia e até mesmo uma visita do presidente ucraniano à Casa Branca à realização de investigações sobre Joe Biden.

Donald Trump continua negando todas as acusações. Em uma entrevista à Fox News na sexta-feira, ele voltou a dizer que a intenção da investigação era apenas combater a corrupção na Ucrânia, e que não houve pressão sobre o presidente ucraniano.

Um porta-voz da Casa Branca também divulgou um comunicado dizendo que Trump quer um julgamento no Senado, pois sente que é o único órgão que vai ser justo e seguir a Constituição.

Segundo este comunicado, Trump também espera que outras testemunhas realmente envolvidas em atos de corrupção sejam ouvidas, como o democrata Joe Biden e o filho Hunter, e o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, Adam Schiff.

O senado norte-americano tem maioria republicana, ou seja, do partido do presidente. Para que Trump seja removido do cargo, é preciso que pelo menos 2/3 dos senadores votem pela saída dele.

*Com informações da repórter Mariana Janjácomo

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