Impeachment de Trump é ‘Fla x Flu’ na política americana, diz embaixador

  • Por Jovem Pan
  • 19/12/2019 10h40 - Atualizado em 19/12/2019 10h49
EFE Para o Brasil, o embaixador avalia que uma possível reeleição dele "não vai mudar nada" e que o país precisa olhar para os interesses nacionais

Na noite da última quinta-feira (18), o impeachment de Donald Trump foi aprovado na Câmara de Representantes dos Estados Unidos por 230 votos a 197 contrários. A pauta agora deve ir para o Senado.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, o embaixador Rubens Barbosa deu seu parecer sobre o andamento do processo e qual deve ser a consequência nas eleições presidenciais de 2020.

De acordo com Rubens, esse processo é uma “comédia”. “Todo mundo sabe que, na Câmara, a derrota de Trump seria certa. A matéria vai avançar para o Senado e ser recusada porque a maioria lá são apoiadores do presidente. Nada vai acontecer. Esse é todo um cenário que ocorre às vésperas da eleição em que cada um dos partidos tenta alcançar o outro em redutor que são marginais de um lado ou de outro.”

Para Rubens Barbosa, toda essa discussão só foi motivada pela questão eleitoral. “Ficou parecendo uma revanche dos democratas, que sentiram que o Trump estava procurando atingir o candidato mais viável para competir contra ele – Joe Biden. Ficou um Fla x Flu na política americana. Não é como rolou com Richard Nixon e Bill Clinton, que tinha questões politicas e morais envolvidas.”

Se a pauta realmente não passar no Senado, as pesquisas preliminares apontam uma possível reeleição de Donald Trump. Até o momento, todo esse processo de impeachment não afetou a popularidade do presidente norte-americano.

Para o Brasil, o embaixador avalia que uma possível reeleição dele “não vai mudar nada” e que o país precisa olhar para os interesses nacionais. “Há uma percepção de que o Trump vai salvar o Ocidente, que o Trump é muito importante, que as medidas seguidas pelo ele são corretas. E o Governo tem aderido com qualificações”, explicou.

“Com a reeleição do Trump vamos começar no mais do mesmo. Vamos continuar nos aproximando dos Estados Unidos, nos distanciando da Europa, tentaremos nos equilibrar com a guerra comercial. Não vejo nenhuma mudança nem dos EUA em relação ao Brasil e nem nossa por eles. Em algum momento o Brasil vai precisar defender os interessar nacionais em vez de ideologias.”

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