Imprensa europeia repercute julgamento de Lula na segunda instância
A imprensa europeia repercute nesta quarta-feira (24) o julgamento em segunda instância do caso que pode definir o futuro político do ex-presidente Lula.
Não deixa de ser irônico observar a volta do líder petista ao destaque internacional com tanta força, só que dessa vez por motivos muito menos louváveis.
Os grandes jornais europeus, que via de regra foram seduzidos pelos anos de prosperidade brasileira sob o comando de Lula, hoje adotam um tom mais sóbrio, puramente noticioso, sobre o caso do tríplex no Guarujá.
E sobretudo as implicações que o imóvel, considerado em primeira instância pagamento de propina, terá para o futuro político da esquerda.
O El País, na Espanha, traz nesta quarta uma entrevista exclusiva com Dilma Rousseff que diz: “o julgamento de Lula é um novo golpe no Brasil”.
A ex-presidente garante ao periódico que se não for impedido de concorrer, Lula ganhará as eleições de outubro.
Em outro texto no mesmo El País, a afirmação é que o que vai se decidir hoje em Porto Alegre é muito mais que um julgamento de um dos líderes políticos que chegou a estar entre os mais populares do planeta. Trata-se de um julgamento sobre o passado recente e o futuro do Brasil.
Na França, o Le Monde também traz uma série de reportagens e artigos de opinião sobre a decisão a ser tomada pelo TRF-4 hoje.
O jornal destaca o discurso dos defensores de Lula que apontam decisões seletivas da justiça, uma vez que Michel Temer e Aécio Neves, flagrados textualmente em casos de corrupção, não enfrentam os mesmos embaraços na justiça.
No Reino Unido, a BBC traz a manchete em seu site: Brasil aguarda o veredicto da apelação de Lula.
A estatal britânica explica para sua audiência pouco habituada as nuances complexas da sociedade brasileira que, apesar de toda a comoção no país em torno do julgamento, o que for decidido hoje não será necessariamente uma questão de prisão ou inelegibilidade.
A BBC ainda relata o discurso de Lula ontem afirmando que só a morte o impedirá de concorrer nas próximas eleições.
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