Imprensa internacional repercute dados sobre violência em alta no Brasil

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 10/08/2018 09h11
Pixabay arma de fogo O The Guardian, da Inglaterra, chegou a estampar a primeira página de seu site com a seguinte manchete: Um cenário devastador

A violência assustadora do Brasil ganhou destaque na imprensa internacional nesta sexta-feira (10).

O The Guardian, da Inglaterra, chegou a estampar a primeira página de seu site com a seguinte manchete: Um cenário devastador. Brasil atinge novo recorde de homicídios com 63 mil, 880 mortes.

Só a título de comparação, porque evidentemente temos que mirar nas sociedades mais evoluídas, a Inglaterra e o País de Gales tiveram no último ano com dados divulgados em 2017, 571 homicídios.

Claro, alguém vai dizer que é um país bem menor – de fato a população é três vezes e meia a do Brasil. Só que a taxa de assassinatos daí é quase 115 vezes maior que a dos britânicos.

Por isso o choque na imprensa internacional. O Guardian ainda diz que a estatística arrepiante vai pesar na próxima eleição presidencial, com Jair Bolsonaro liderando as pesquisas com base na liberação da venda de armas e dar mais poder para a polícia matar.

Nem preciso lembrar que aqui na Inglaterra é virtualmente impossível comprar uma pistola legalmente e a maior parte da polícia anda sem arma de fogo.

Recentemente, o Financial Times, outro jornal aqui de Londres, destacou até os prejuízos financeiros gigantescos que a economia brasileira perde com a violência indiscriminada.

450 bilhões de reais em perda de produtividade nas últimas duas décadas – ou o mesmo que o Plano Marshall, ação dos Estados Unidos para socorrer a Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

O custo causado pelo crime entre 1996 e 2015 saltou para o equivalente a 4.4% do PIB brasileiro – ou três vezes mais que o registrado em alguns países europeus.

Infelizmente tem muita gente ganhando dinheiro com a violência no Brasil. Desde apresentador de televisão, passando por investidores estrangeiros e nacionais de empresas de segurança, até o crime organizado.

É difícil enxergar uma luz no fim do túnel.

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