Imprensa internacional repercute polêmica envolvendo Bolsonaro e casos de fake news em eleição

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 19/10/2018 09h25 - Atualizado em 19/10/2018 09h26
Fernando Frazão/Agência Brasil Em Londres o destaque dos jornais é o escândalo revelado pela Folha de S. Paulo sobre a rede de empresários que financiariam ilegalmente ataques contra o PT no Whatsapp

As eleições no Brasil seguem em destaque na imprensa internacional nesta semana sempre com aquele olhar espantado para o que está acontecendo em uma das dez maiores economias do mundo.

Nesta quinta-feira (18), o The New York Times, por exemplo, publicou artigo de opinião dizendo que o futuro da Amazônia está em risco por causa das declarações recentes de gente ligada ao líder das pesquisas.

Nesta sexta-feira (19), em Londres o destaque dos jornais é o escândalo revelado pela Folha de S. Paulo sobre a rede de empresários que financiariam ilegalmente ataques contra o PT no Whatsapp.

O Daily Telegraph destaca que “líder da corrida presidencial no Brasil, candidato da extrema-direita é acusado de montar uma rede criminosa com grandes empresários para espalhar fake news pelo Whatsapp.”

Também em Londres, o The Guardian afirma que, aspas de novo, as “pesquisas sugerem que Jair Bolsonaro, um populista pró-tortura que elogia a ditadura, está caminhando para uma vitória esmagadora sobre seu rival esquerdista, Fernando Haddad, em 28 de outubro, com 59% dos votos”.

O jornal, que também classifica Bolsonaro como candidato de extrema-direita, destaca algumas das fake news mais notáveis desta eleição, como o caso da mamadeira erótica, e a Ferrari amarela do ex-prefeito de São Paulo.

Por fim, a revista The Economist, que tem sido uma das publicações mais firmes contra o voto em Jair Bolsonaro no exterior, publica nesta semana um novo editorial nesta semana criticando a postura do PT na campanha.

O texto começa dizendo que “personalidades geralmente importam mais na política brasileira do que os partidos. Mas se Jair Bolsonaro, um populista de direita, vencer a eleição presidencial em 28 de outubro, será em grande parte porque os eleitores desprezam o Partido dos Trabalhadores, de esquerda, do seu rival, Fernando Haddad.”

O nojo do PT, que governou o Brasil de 2003 a 2016, é justificado, segue a revista, até porque Dilma Rousseff foi um desastre. Lula está preso no âmbito da Lava Jato.

Mas o antipetismo vem de antes da operação e a rejeição de sua ideologia esquerdista, que é legítima, é às vezes tingida de esnobismo.

A Economist ainda defende que “em comparação com Bolsonaro, que insulta grupos minoritários e gosta de ditadores desde que sejam de direita, Haddad é uma figura reconfortante. Embora seu partido se incline para a esquerda, ele é um moderado.”

A revista inglesa conclui dizendo que “provavelmente é tarde demais para Haddad e PT convencerem os brasileiros que aprenderam com seus erros. Como resultado, o Brasil está pronto para eleger um presidente que representa uma ameaça real à jovem democracia do país.”

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