Imprensa internacional repercute posse de Bolsonaro com mesmo tom adotado durante campanha
A posse do novo presidente do Brasil é destaque na imprensa europeia nesta quarta (02) com relatos e análises sobre os rumos que o país deve tomar. Os principais jornais internacionais mantém o tom adotado durante a cobertura da campanha eleitoral brasileira.
Classificam Jair Bolsonaro como o primeiro líder de extrema-direita a governar o Brasil desde o fim da ditadura militar.
Na Inglaterra, o Financial Times tem a seguinte manchete nesta quarta-feira (02): “Bolsonaro assume presidência do Brasil em meio a grandes expectativas e muito medo”. O jornal avalia ainda que o “Trump Tropica” chega ao poder embalado pelo apoio das massas que estão encantadas com a perspectiva de uma mudança na mentalidade do país após 14 anos de governo esquerdista.
Porém, o presidente que promete uma cruzada contra a corrupção viu o nome do filho dele, Flávio Bolsonaro, envolvido em um escândalo de pagamentos suspeitos feitos a um ex-motorista, completa o FT.
Ainda na Inglaterra, a emissora estatal BBC questiona o futuro da diplomacia brasileira lembrando que Donald Trump é um exemplo para o novo presidente e que a embaixada do país em Israel também deve ser transferida para Jerusalém.
O Le Figaro, da França, afirma que a cerimônia de posse deu o tom para a futura linha diplomática de Brasília, que será muito pró-americana, contrária aos regimes de esquerda e em completa ruptura com a tradição multilateral do Brasil.
Um dos poucos líderes estrangeiros presentes era o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com quem Brasília quer se aproximar, bem como o ultra-conservador primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.
Por fim, o italiano Corriere della Sera fala sobre os simbolismos presentes ontem na posse de Jair Bolsonaro. O jornal destaca que o presidente escolheu para desfilar em seu carro conversível, além de sua esposa Michelle, apenas o filho Carlos, o menos relevante politicamente de seus três herdeiros, mas aquele que criou a campanha nas redes sociais, incluindo notícias falsas.
“Um claro reconhecimento àqueles que conseguiram passar para grande parte da população brasileira, e contra todas as probabilidades, a imagem de um país imerso na crise e na violência devido ao marxismo, as ideologias de gênero e ao politicamente correto , bem como por causa da corrupção generalizada”, escreve o jornal.
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