Impulsionado pela pandemia, mercado de barcos cresce 30% em 2020

Segundo diretor da Associação Náutica Brasileira, Maurício Ventura, a proibição de viagens aéreas fez com que algumas pessoas procurassem outras alternativas de entretenimento

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2021 08h13 - Atualizado em 26/02/2021 10h50
Pixabay Veleiro A possibilidade de trabalhar em qualquer lugar e o desejo de aproveitar a vida ao máximo explica o avanço do mercado de barcos

Fabiana Moreira, o marido Gabriel e o filho deles, Antônio, de 2 anos, mudaram radicalmente de vida e resolveram tirar um período sabático. Em dezembro do ano passado, eles decidiram vender o apartamento em Florianópolis, cidade de Santa Catarina, vender o carro e se mudar para um veleiro. O casal, que estava cansado da rotina de trabalho, ele como vendedor de carros e ela como médica, conta que o custo de vida caiu bastante. Fabiana fala que diariamente vive uma surpresa diferente no seu novo estilo de vida. “A gente está muito feliz, muito realizado. Alguns momentos, é claro, é uma vida diferente. A gente estava em uma vida bem confortável, tem momento de perrengue, você está em um barco. Hoje está chovendo, então estamos o dia inteiro distraindo o pequeno dentro da cabine do barco, que é um espaço pequeno. Mas alguns dias compensam demais, ontem velejamos, estava perfeito. Chegamos em uma ilha completamente deserta com uma praia maravilhosa. Ficar meia hora nesse lugar já compensa todo perrengue dos outros dias.”

A possibilidade de trabalhar em qualquer lugar e o desejo de aproveitar a vida ao máximo explica o avanço do mercado de barcos, que cresceu 30% em 2020. O diretor da Associação Náutica Brasileira, Maurício Ventura, diz que o fato de não poder mais viajar para fora do país durante a pandemia fez com que algumas pessoas procurassem outras alternativas. “A gente deduz que isso acabou acontecendo, obviamente, pelo fato do entretenimento ter ficado mais restrito para os brasileiros, para o planeta todo. As viagens para o exterior acabaram ficando limitadas, as viagens dentro do próprio país mais limitadas, as pessoas acabaram optando por uma embarcação. A gente sabe que o mercado dos veículos de recreação também teve aquecimento parecido. Mas, nesse caso das atividades náuticas, ficou muito evidente”, explicou. A maior feira de barcos da América Latina, SP Boat Show, realizada em novembro do ano passado, recebeu mais de 18 mil pessoas e movimentou mais de R$ 150 milhões.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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