Inadimplência nas contas de luz dispara e governo corre para socorrer distribuidoras
A inadimplência dos consumidores de energia elétrica quadruplicou nos últimos 30 dias devido a pandemia do novo coronavírus. Historicamente a taxa gira em torno de 3% e agora saltou para 12%.
O governo negocia empréstimos para ajudar as distribuidoras de energia, já que as perdas já superam R$ 1,8 bilhão. Vale lembrar que a Agência Nacional de Energia Elétrica proibiu o corte no fornecimento de energia por falta de pagamento das contas de luz por 90 dias, devendo se estender até o fim de junho.
O ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque afirmou, durante uma videoconferência com executivos ligados à Abdib (Associação Brasileira das Indústrias de Base), que a junção da redução de carga, queda de consumo e insolvência leva a problemas de liquidez ao setor.
Os reflexos vem da baixa atividade econômica e do isolamento social. O crédito funcionará como uma antecipação, para as empresas, dos custos de energia a serem pagos pelos consumidores nos 12 meses seguintes.
O valor da ajuda não foi divulgado porque, segundo o governo, ainda está sendo calculado pela Aneel.
A baixa no consumo tem um outro agravante porque a energia contratada pelas distribuidoras e fornecida pelas empresas geradoras pode sobrar. A previsão é de estagnação de 20%. Em regiões como Norte e Nordeste, a estimativa é que o índice possa chegar a 40%.
O fenômeno pressiona o caixa das concessionárias, que precisam honrar os contratos mesmo que a energia não seja consumida.
Bento Albuquerque adiantou ainda que o deputado Léo Moraes será o relator da MP 950, que trata das medidas de emergência para o setor frente a pandemia do covid-19.
*Com informações do repórter Daniel Lian
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.