Pesquisa: Desemprego e redução da renda são principais causas da inadimplência

  • Por Jovem Pan
  • 04/09/2019 07h28
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Marcello Casal Jr/Agência Brasil Especialistas recomendam que sejam feitos cálculos antes de pedir a revisão dos valores O Brasil tem mais de 63 milhões de pessoas com alguma conta atrasada

A informalidade tem ajudado na redução do desemprego no país, que continua alto. No entanto, sem carteira assinada, o dinheiro do salário no fim do mês nem sempre é garantido. O resultado? Inadimplência.

De acordo com os últimos dados do Serasa, o Brasil tem mais de 63 milhões de pessoas com alguma conta atrasada. A estudante Paula Teixeira virou estatística e entrou para a lista de devedores: “Emprestei o cartão para uma amiga. E agora meu nome está na praça”.

Assim como a Paula, 14% dos brasileiros estão com dívidas porque emprestaram o nome para outras pessoas. E cerca de 30%, a maior parte, está endividada porque perdeu o emprego.

Os dados são da pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas com o Serviço de Proteção ao Crédito. 29%  dos entrevistados disseram que estão inadimplentes por causa da redução da renda. E 13% por falta de controle financeiro. Este último é o caso da gerente Camila Pinheiro: “Está tudo muito caro e difícil, as coisas vão acontecendo e você precisa se virar”.

Além da falta de planejamento, o fator emocional pode influenciar negativamente o orçamento.

O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, explica que os aspectos emocionais ocasionados por crises econômicas criam essas situações: “As pessoas acabam ficando muito ansiosas e algumas até passam a consumir mais para tentar compensar a tristeza gerada pela dificuldade financeira. É muito importante que as pessoas entendam isso para que possam tentar colocar as contas em ordem com equilíbrio e muito planejamento”.

Nos últimos três meses, 33% dos entrevistados fizeram compras, mesmo sabendo que seria difícil pagá-las e vinte e quatro por cento compraram sem nem pensar se conseguiriam arcar com a dívida depois.

Mesmo diante deste cenário, a pesquisa do SPC mostra que poucos inadimplentes pretendem mudar os hábitos para ter uma vida financeira saudável.

Entre os que se endividaram por descontrole ou compras por impulso, 47% reconhecem não ter feito nada para mudar de atitude.

Metade desses alega não considerar o problema tão grave, enquanto trinta e quatro por cento argumentam que este hábito faz parte do jeito de ser e que nunca irão mudar.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto

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