Incêndio no Museu Nacional, no RJ, é destaque na imprensa internacional
É até redundante começar falando sobre o fascínio que os europeus em geral, mas especialmente os britânicos, têm por museus, preservação da história, coleções de arqueologia em geral.
Por isso o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro causa grande comoção por essas bandas também, com destaque de primeira página nas versões digitais de todos os grandes jornais do continente.
A BBC destaca que a maior parte dos 20 milhões de itens que faziam parte do acervo do museu acabou destruída, incluindo o fóssil Luzia, o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas.
A correspondente da estatal britânica no Rio diz que o incêndio é uma metáfora cruel não apenas para a cidade mais famosa do Brasil, mas como para toda a situação em que o país se encontra.
Violência crescente, profundo declínio econômico e corrupção política foram combinados para transformar o Rio em uma mera sombra do que um dia a cidade já foi.
O The Guardian também traz grande repercussão sobre o incêndio no Museu Nacional lembrando que faltou água para os hidrantes ao redor do prédio histórico, mas sobraram recursos para construir o chamado museu do amanhã justamente na mesma cidade.
Ainda aqui na Inglaterra, o Financial Times destaca que os serviços públicos no Brasil estão em declínio há vários anos por causa da crise que atinge as contas públicas. O Rio acabou sendo um dos mais atingidos, o que resultou numa escalada da violência na cidade.
Na Espanha, o El País destaca a percepção na comunidade científica de que o incêndio é um reflexo da negligência do Brasil com a sua memória.
O jornal madrilenho lembra que este não é o primeiro incêndio em museu no Brasil. Em 2016, a Cinemateca Nacional em São Paulo pegou fogo e foram perdidas cerca de mil obras da coleção de filmes lationamericanos.
Sem contar o incêndio no Museu da Língua Portuguesa, um ano antes, também na capital paulista.
Para fechar, o Le Monde na França lembra que 200 anos da história brasileira viraram cinzas nas chamas que consumiram o palácio que um dia abrigou a família real portuguesa e imperial brasileira.
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