Informação é a principal arma contra o câncer, apontam especialistas

  • Por Jovem Pan
  • 14/09/2019 11h35
Freeimages Freeimages Doença é uma das principais causas de morte no mundo

Aos quatro anos, a Sara precisou acompanhar todo o processo de tratamento da mãe, que teve câncer de mama: desde ajudar a raspar a cabeça da Fabiana, por causa da quimioterapia, até os dias de cirurgia no hospital.

Mas depois de toda a recuperação, a pequena não lembrava de nada. Foi quando a professora Fabiana Machado decidiu virar escritora e publicar o livro “Mamãe ficou Dodoi”. Hoje, aos sete anos, após ler o livro com os pais, a Sarinha já consegue assimilar tudo o que ocorreu.

O objetivo, de acordo com a Fabiana, também era ajudar outra famílias que passam pelo mesmo processo. “Ele é contado como se fosse a Sara, que é minha filha, contando o período do tratamento, então trata dos sentimentos dela. O que ela sentiu na época, né, os sentimentos dela, e é um livro feito em uma liguagem bem simplificada para que a criança entenda, para que ajude as famílias a explicar o câncer para as crianças.”

De acordo com a professora, é importante desmistificar a doença. O mesmo deve ocorrer quando a criança é o paciente.

A Associação Casa Azul, por exemplo, faz brinquedos para ajudar nesse processo. A diretora da entidade, Andressa Martins, explica que os bonequinhos ajudam a passar uma mensagem de auto estima e identificação.

“Nós temos para vários tipos de situações em que as crianças ficam hospitalizadas, mas temos a do coração, que tem uma cicatriz, que representa a cirurgia, e ela vem com um coraçãozinho bordado, colado com velcro. Nosso foco é a humanização na saúde e nós temos outras campanhas, também, mas nosso principal projeto é esse, que se chama Bonecar. São 50 voluntárias que se reúnem semanalmente para fazer essas bonequinhas hospitalizadas”, explica.

O câncer é uma das principais causas de morte no mundo, mas o que antes era sentença de morte, hoje já é visto como algo tratável, tudo isso graças à informação.

A apresentadora Ana Furtado, da rede Globo, usou a fama para ajudar a disseminar conhecimento sobre o tema. Foi no Sexto Congresso Todos Juntos Contra o Câncer que ela falou, pela primeira vez, abertamente sobre o próprio tratamento contra um tumor nos seios.

Após uma palestra no evento, Furtado foi cercada de fãs e pacientes oncológicas que viram na apresentadora uma inspiração para lutar contra a doença. “A minha intenção é mostrar que, além do câncer, existe um aprendizado muito grande. Isso se tornou um grande propósito da minha vida, que é poder mostrar para as pessoas, que estão passando pelo que eu passei, que é possível enfrentar. É difícil, mas é possível”, disse.

Entre 30% e 45% dos tipos de câncer podem ser prevenidos. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, o diagnóstico precoce consiste em três etapas, que devem ser integradas: a conscientização; a avaliação clínica, o diagnóstico e a preparação; além do acesso ao tratamento.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto

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