INSS fecha 2020 com quase 1,7 milhão de benefícios represados

Advogada orienta que quem tiver com pedidos parados em análise pode procurar a Justiça

  • Por Jovem Pan
  • 22/01/2021 08h58 - Atualizado em 22/01/2021 10h39
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RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas em frente a uma agência da Previdência Social Deste número, 1,2 milhão aguardavam pela primeira avaliação de requerimento e 477 mil já haviam passado por análise

Uma fila de atrasos. É assim que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem lidado com os contribuintes. Os beneficiários têm sofrido com a demora nos pagamentos desde outubro do ano passado. A espera para análise da concessão de benefícios por lei é de 45 dias. Porém, em muitas localidades, ultrapassa um ano. A advogada previdenciária Maria Faiock explica os motivos dessa demora. “Um deles a pandemia, o fechamento das agência, né, acabou gerando um grande atraso. A reforma da previdência também, a adaptação com as novas regras. E também a implementação do INSS digital. Tudo isso acabou gerando uma bola de neve e os benefícios ficaram represados, muita gente sem receber. Pessoas aguardando até mais de um ano a concessão ou análise dos seus benefícios.”

O INSS fechou o ano de 2020 com quase 1,7 milhão de benefícios represados. Deste número, 1,2 milhão aguardavam pela primeira avaliação de requerimento e 477 mil já haviam passado por análise e precisavam cumprir exigências do Instituto para serem pagos. Por causa do fechamento das agências pela pandemia, os servidores foram realocados para a análise de benefícios realizados de forma online pelos segurados. Apesar da agilidade, a expectativa do órgão de zerar os pedidos até novembro foi frustrada.

A Valéria entrou com pedido de aposentadoria em janeiro do ano passado, mas faltaram alguns documentos e o INSS marcou a entrega para o dia em que as agências fecharam as portas por causa da pandemia. “Dia 20 de março às 11 horas estava marcado para eu levar a documentação para essa verificação. E eu não consegui. Até cheguei a ir, porque no dia anterior eu fiquei ligando no telefone indicado só que eles não tinham resposta. Não sabiam se ia remarcar, atender o caso de quem já estava agendado ou não.”

Sem resposta há um ano, Valéria não sabe o que fazer. “Bem complicado. Já se assou um ano, eu não sei se eu teria direito ou não, se eu vou ficar na nova lei ou não. Não tenho resposta, não consigo falar com ninguém, levar a documentação, não fui reagendada até agora nem em um novo dia para mim.” Para a advogada, quem tiver com pedidos parados em análise pode procurar a justiça. “A pessoa pode também procurar um advogado ou o juizado especial da região e pedir que o INSS cumpra o prazo previsto em lei que é de 45 dias para concluir análise e efetuar o pagamento.” Acompanhe seu processo pelo site meu.inss.gov.br.

*Com informações da repórter Mônica Simões

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