Investidores estrangeiros observam com atenção processo de reforma da Previdência no Brasil
Um elemento importante da reforma da previdência proposta essa semana pelo governo federal é recuperar a confiança na economia brasileira.
Os investidores estrangeiros observam com atenção o debate que está sendo iniciado no Brasil e já calculam os efeitos do processo. Como destaca a revista inglesa The Economist que chega às bancas nesta sexta-feira (22), políticos e população estão prontos para mudanças, pelo menos em teoria. E esse é o tom que a maioria dos artigos e reportagens no exterior adota para o plano do governo Jair Bolsonaro.
Há consenso de que a ideia é robusta e necessária para corrigir distorções incompreensíveis para os olhos do mundo desenvolvido. Mas ainda há desconfiança sobre como a reforma irá tramitar no Congresso e o que será aprovado. Se é que algo será mesmo aprovado.
A consultoria Eurasia Group, por exemplo, coloca o risco de nada passar ainda neste ano em 30%. A Economist lembra que apesar de ter apenas dois meses de vida, o governo Bolsonaro já está envolvido em escândalos, o que dificulta bastante as coisas.
O toma lá da cá pode ganhar força diante da fragilidade trazida pelas denúncias de corrupção e o governo pode se ver obrigado a ceder.
A agência de classificação de risco Moody’s já prevê, por exemplo, que depois de fazer concessões inevitáveis no Congresso, a economia gerada pela reforma será significativa menor que a prevista pelo governo. Algo entre 600 e 800 bilhões de reais, e não superior a um trilhão como estima a equipe de Paulo Guedes.
A Eurasia Group é ainda mais pessimista e fala em cifras como 400 e 600 bilhões de reais no máximo de economia. Ainda assim, os estrangeiros parecem animados com as perspectivas para a economia do Brasil.
A Economist termina seu artigo lembrando que Paulo Guedes tem ambições ainda maiores para o país e quer privatizar tudo. O texto concluiu dizendo que “neste momento, o governo aposta na “nova previdência”. O Ministério da Economia planeja uma blitz da mídia social para argumentar que a reforma reduzirá a desigualdade, criará empregos e vai liberar dinheiro para serviços públicos como saúde e educação. Tudo isso é verdade e tem sido assim há muito tempo. Talvez desta vez os brasileiros acreditem nisso”.
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