Investigação sobre causa do apagão pode durar mais de um mês, diz Aneel

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2018 10h17 - Atualizado em 22/03/2018 10h19
MARLON COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO cidade apagada Apagão na cidade de Recife (PE), nesta quarta-feira (21). O apagão atingiu 14 estados, sendo que todos os 9 estados do Nordeste tiveram apagão.

O sistema elétrico brasileiro voltou a funcionar normalmente nesta quinta-feira (22) depois de um apagão que atingiu 14 Estados do Norte e Nordeste e 70 milhões de pessoas nesta quarta, supostamente por uma falha em um disjuntor de uma subestação da Eletrobrás e da chinesa State Grid.

O diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Tiago de Barros Correia, disse em entrevista à Jovem Pan, durante seminário no Rio de Janeiro, que toda a investigação sobre o caso deve demorar mais de um mês.

“No caso de eventos na rede, a gente precisa de um relatório de ocorrência do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que está sendo elaborado”, disse. “Depois do restabelecimento (da energia), o ONS faz uma investigação das causas, que é comunicada aos agentes do setor por meio do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. O ministro deve convocar uma reunião para tratar desse assunto e a partir daí a gente vai ter uma ideia do diagnóstico, se houve algum problema de representação do modelo, se houve alguma falha mecânica, se houve uma falha humana”, explicou. Daí, eventualmente, dependendo do diagnóstico, que a gente ainda não conhece, a Aneel pode estabelecer algum procedimento de fiscalização”, concluiu Barros.

“Mas por enquanto quem opera e faz todos os procedimentos é a ONS. A Aneel está de lado aguardando a conclusão dos estudos”, disse o diretor da Aneel.

Esse é o segundo problema de sobrecarga da linha de energia que sai da usina de Belo Monte em menos de um mês.

Em setembro do ano passado, o governo federal revogou todos os contratos de concessão da empresa espanhola Abengoa, responsável pela construção de nove linhas de transmissão, por recomendação da Aneel.

A principal obra da companhia espanhola, que entrou em falência, era um “linhão” que levaria energia de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), até o nordeste brasileiro.

As linhas não foram construídas a tempo e os atuais pontos de transmissão desde Belo Monte estão sobrecarregados, informa o repórter Jovem Pan Rodrigo Viga.

O ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho convocou uma reunião de emergência para a próxima segunda-feira (26) para analisar as causas do apagão. Ele garantiu que não há riscos de desabastecimento e avalia que ocorreu apenas uma falha mecânica no disjuntor. Não está descartada uma falha humana, segundo Coelho Filho.

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