PF: Investigações sobre desvios de recursos na pandemia atingem vários estados
Em menos de dois meses a Polícia Federal (PF) já deflagrou, pelo menos, nove operações para apurar crimes e desvios na área da saúde. Enquanto os números da Covid-19 crescem no país, os agentes tentam coibir ações daqueles que aproveitam do afrouxamento das regras.
A primeira operação, chamada Vírus Infecto, foi deflagrada a partir de indícios de superfaturamento na compra de materiais pelo Fundo Estadual de Saúde do Amapá. No domingo (14), os agentes voltaram ao estado para apurar desvios em testes e materiais de saúde, que teriam sido fornecidos para pessoas sem a comprovação médica da necessidade.
Fora isso, a Polícia Federal já deflagrou duas operações no Pará e uma no Ceará para investigar o superfaturamento na compra de respiradores; uma no Tocantis que apura fraudes em contratos públicos firmados para a aquisição de máscaras de proteção e uma no Rio Grande do Sul, que também investiga desvios de recursos públicos por parte de uma organização social contratada para gerir um hospital.
Os agentes também estiveram no Rio de Janeiro quando vasculharam a residência do governador Wilson Witzel para apurar desvios de recursos destinados ao estado de emergência de saúde pública decorrente do coronavírus. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que outras operações estariam por vir.
Todos esses casos tem em comum que o estado de emergência decretado autoriza os governos a aumentar os gastos na área da saúde. Alem disso, uma Medida Provisória aprovada em março autorizou que obras e compra de bens e serviços para a Covid-19 ocorressem sem a necessidade de licitação. A ideia era agilizar as contratações, mas abriu uma oportunidade para cometer os crimes, já investigados pela PF.
Justamente por conta dessas mudanças na regras fica difícil responsabilizar as autoridades. Segundo dados da própria PF, o prejuízo gerado por esses crimes ultrapassado R$ 120 milhões, o que daria para comprar mais de 600 respiradores.
*Com informações do repórter Antonio Maldonado
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