Irã convoca diplomata brasileiro após nota do Itamaraty

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2020 06h30 - Atualizado em 07/01/2020 09h17
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EFE Na sexta-feira, o ministério das Relações Exteriores emitiu nota manifestando "apoio à luta contra o terrorismo".

Nesta segunda-feira (6), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro informou que a encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes, foi convocada pela chancelaria iraniana.

O governo do país persa pediu explicações sobre o posicionamento do Brasil frente aos acontecimentos que culminaram com a morte de Qassem Soleimani.

Maria Cristina Lopes representou o Brasil porque o embaixador brasileiro no Irã, Rodrigo Azeredo, está de férias. Segundo o Itamaraty, “a conversa, cujo teor é reservado e não será comentado, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática”.

Na sexta-feira (3), o ministério das Relações Exteriores emitiu nota manifestando “apoio à luta contra o terrorismo”.

O Itamaraty disse que “essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”.

EUA

Ainda nesta segunda, os Estados Unidos negaram que estejam planejando retirar as tropas do Iraque. De acordo com o secretário de defesa norte-americano, Mark Esper, nenhuma decisão a esse respeito foi tomada.

O anúncio ocorreu depois da divulgação de uma carta endereçada ao número dois do comando militar iraquiano dizendo que seria feita uma “reorganização” das forças até “uma retirada segura e eficaz”.

O documento, assinado pelo general William Seely, responsável pelas operações militares dos Estados Unidos no Iraque, foi divulgado pelas agências Reuters e France Press.

O chefe do Estado Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, disse que a carta foi “um erro” e que era apenas um rascunho mal redigido que dava a entender que haveria uma retirada.

Ele disse que o documento servia apenas para esclarecer o movimento das tropas norte-americanas, que estão sendo reorganizadas na região. Atualmente, há cerca de 5 mil soldados dos Estados Unidos no Iraque.

No domingo (5), o Parlamento iraquiano aprovou uma moção exigindo que o governo expulse as tropas estrangeiras.

Em resposta, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que não deixará o país, a menos que o Iraque pague pela base aérea “extraordinariamente cara” que está lá e que custou bilhões de dólares.

O Pentágono descartou ataques militares a sítios culturais no Irã se o conflito se agravar.

Nesta segunda-feira, Donald Trump declarou que o “Irã nunca terá uma arma nuclear”.  Na mesma linha, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que os iranianos “nunca devem obter uma arma nuclear” e que as missões de treinamento feitas pela Otan no Iraque estão suspensas.

No domingo, o Irã anunciou que vai enriquecer urânio sem respeitar os limites impostos no acordo nuclear de 2015.

Funeral

Nesta segunda-feira (6), em Teerã, uma multidão acompanhou o funeral do general Qassem Soleimani, morto em um ataque aéreo norte-americano em Bagdá, no Iraque. O cortejo também transportou o corpo de Abu Mehdi al-Mouhandis, chefe militar iraquiano pró-Irã morto no mesmo ataque.

As pessoas se reuniram na Universidade de Teerã, e, ao longo da caminhada, bandeiras dos Estados Unidos e de Israel foram queimadas. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Kamenei, chorou ao participar do funeral e fez uma breve oração em árabe.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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