Isoladas, comunidades ribeirinhas da Amazônia temem chegada do coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2020 07h38
CARLOS EZEQUIEL VANNONI/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO CARLOS EZEQUIEL VANNONI/ESTADÃO CONTEÚDO A vila depende do transporte fluvial para obter medicamentos, alimentos e todo tipo de bens não produzidos localmente

Após os casos confirmados do novo coronavírus no Amazonas, indígenas e comunidades ribeirinhas mais afastadas adotam medidas para evitar a chegada da doença. Em plena floresta amazônica, a cidade de Carauari, a 788 quilômetros de Manaus, conta com 29 mil habitantes.

O acesso é feito apenas por pequenos aviões e embarcações, onde a viagem pelas águas do rio Juruá pode durar até sete dias. Desde o início da semana, todos os passageiros que chegam à vila são examinados cuidadosamente pelos serviços de saúde do município.

A moradora Raimunda da Silva dos Santos, de 88 anos, se preocupa pela escassez de recursos. As autoridades sanitárias locais temem ser sobrecarregadas, uma vez que o Hospital de Carauari conta com menos de 50 leitos.

O diretor do hospital, Manoel Brito, diz que o difícil acesso reduz os riscos de contaminação, mas também relata a dificuldade de evacuar pacientes se necessário. Futuramente outras restrições mais severas podem ser implementadas, impactando o acesso de mercadorias e abastecimento da cidade.

A vila depende do transporte fluvial para obter medicamentos, alimentos e todo tipo de bens não produzidos localmente. Os moradores expressam o medo de não conseguirem sobreviver após a decisão do governo de filtrar a chegada de passageiros à vila.

O estado do Amazonas decretou o estado de emergência, interditando a entrada de visitantes estrangeiros em territórios indígenas. A Assembleia dos Povos Indígenas do Brasil também cancelou todos os encontros agendados.

*Com informações do repórter Livia Fernanda

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.