Isolamento deve ser prorrogado em boa parte da Europa; alguns lugares flexibilizam

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 09/04/2020 09h05 - Atualizado em 09/04/2020 09h11
EFE Na Itália, que foi o primeiro grande foco de contaminação na Europa, a discussão sobre como proceder nas próximas semanas é intensa

O bom tempo, com previsão para durar todo o feriado de Páscoa, está deixando as autoridades britânicas ainda mais em alerta. A polícia do Reino Unido está pressionando o gabinete conservador a estender a quarentena e restringir ainda mais a circulação no país.

Os britânicos registraram na quarta (8) 938 mortes em apenas 24 horas causadas pela covid-19. A projeção sendo divulgada na imprensa local indica que o pico de contaminações e fatalidades ainda deve levar mais de uma semana.

Por isso, a comoção local entre a polícia e a própria classe política é de que o cerco precisa ser apertado agora.

O primeiro-ministro Boris Johnson continua internado na UTI aqui em Londres. As informações oficiais indicam que ele está respondendo bem ao tratamento. Senta na cama e conversa normalmente.

Mas Johnson não está trabalhando, o que indica que a decisão sobre a ampliação da quarentena no Reino Unido deve ser tomada sem ele. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, é uma das autoridades que também pressionam pela extensão da quarentena já que a capital é o principal foco do país.

Em outros países europeus a decisão também parece certa e pronta para ser anunciada.

França

Na França, o presidente Emmanuel Macron fará um discurso à nação na segunda-feira e a expectativa é de que a quarentena seja prorrogada até o final deste mês – pelo menos.

O chefe do palácio Eliseu já ampliou as restrições de circulação no país nesta semana restringindo até as atividades físicas. Por lá ninguém pode sair às ruas sem levar um documento preenchido com os detalhes e justificativas para não estar em casa. A regra vale até para ir ao supermercado.

Espanha

Na Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez quer prorrogar a quarentena até o próximo dia 26 de abril. As estatísticas diárias por lá dão a entender que as contaminações estão estabilizadas, mas ainda em um patamar muito alto e, sobretudo, frágil.

Itália

Na Itália, que foi o primeiro grande foco de contaminação na Europa, a discussão sobre como proceder nas próximas semanas é intensa. Já se fala em um pequeno relaxamento das regras após a Páscoa. Empresas específicas podem receber autorização para voltar a operar.

Mas está claro que a flexibilização será bastante gradativa e por regiões para não colocar em risco os esforços realizados até aqui. Uma abertura mais significativa mesmo não deve ocorrer antes de 4 de maio.

O governo de Roma, inclusive, alerta os países vizinhos para também protegerem a Itália do risco de uma nova onda de contaminação em massa.

Outros países europeus

Em Portugal, o governo proibiu as pessoas de deixarem seus bairros temendo grandes deslocamentos por conta da Páscoa.

Países europeus menos afetados, por sua vez, também iniciam um processo cauteloso de flexibilização das regras de quarentena. Pequenas lojas serão abertas na Áustria e na República Tcheca, e as escolas na Dinamarca voltam a funcionar em 15 de abril.

Já na Alemanha, o ministro da Saúde, Jens Spahn, sugeriu que poderia haver um retorno gradual à normalidade após a Páscoa, se a atual tendência positiva nos números continuar.

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