Itália pede à UE sanções contra França por conta de suas políticas no continente africano
Se existe um país europeu que sente há anos na pele as consequências da crise dos refugiados este país é a Itália. Ao lado dos gregos, os italianos receberam centenas de milhares de pessoas que cruzaram o Mediterrâneo na última década.
Embora tenha saído do noticiário, o problema persiste e continua gerando conflitos entre os governos europeus. Nesta segunda-feira (21), a França convocou a embaixadora italiana em Paris, Teresa Castaldo, para prestar esclarecimentos depois de algumas acusações feitas pelo governo de Roma.
O vice-primeiro-ministro italiano, Luigi di Maio, pediu que a União Europeia imponha sanções contra os franceses por conta de suas políticas na África. O raciocínio do líder do Movimento Cinco Estrelas é simples: a França deixou um legado de destruição da África e continua explorando o continente até hoje, o que acaba impulsionando a crise migratória.
Para di Maio, “a França deveria sofrer sanções por empobrecer a África. Os africanos deveriam estar no continente deles e não no fundo do Mediterrâneo. Não fosse a exploração da África, a França estaria entre as 15 maiores economias do mundo, não entre as seis”.
O líder italiano ainda acusou os vizinhos de seguirem explorando o continente por causa do franco CFA, moeda que é utilizada até hoje por ex-colônias francesas como Camarões, Senegal e Costa do Marfim.
“A França é um desses países que, imprimindo dinheiro para 14 estados africanos, impede seu desenvolvimento econômico e contribui para o fato de que os refugiados saiam e depois morram no mar ou cheguem às nossas costas”, disse Salvini.
O governo populista da Itália, que tem posições claras contra a União Europeia, é um dos principais críticos do governo francês de Emmanuel Macron, tido com um dos símbolos da agenda dita globalista.
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