Itália vive dilema com indefinição do futuro governo

A Itália está muito próxima de ter mais um governo formado por outsiders, só que dessa vez no outro extremo que era ocupado pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi.
A Liga e o Movimento Cinco Estrelas estão muito próximos de anunciar um governo de coalizão que tem feito o establishment europeu torcer o nariz.
O jornal britânico Financial Times, por exemplo, publicou editorial dizendo que Roma abre seus portões para o bárbaros modernos.
O diário ressalta que os italianos terão o governo mais inexperiente e não convencional de toda a União Europeia desde a formação do bloco.
Isso porque Luigi Di Maio, do anti-establishment político Cinco Estrelas, e Matteo Salvini, da Liga, têm propostas pouco ortodoxas que vão desde a deportação em massa de imigrantes ilegais e refugiados, até a renda mínima, que promete pagar uma espécie de bolsa família de 780 euros mensalmente para os mais pobres.
A coalizão também promete cortes drásticos no imposto de renda e a revisão da reforma previdenciária feita em 2011.
O problema é de onde sairá o dinheiro para pagar tudo isso em um país endividado e com uma economia que se recupera lentamente da crise da década passada.
Os potenciais novos governantes italianos acham que dá pra fazer com um plano de privatizações, combate a evasão fiscal e a corrupção.
Uma coisa é certa: a Itália nunca teve um governo como esses que se desenha. Os líderes dos dois partidos mais votados nas eleições de março ainda não definiram quem será o chefe de governo, é possível até que façam um rodízio.
A ver se a experiência vai dar certo, enterrando a velha política na Itália, ou se o país só está passando por mais uma de suas intermináveis crises políticas
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