Janaína Paschoal: Indicação de Kassio Nunes é traição aos eleitores de Bolsonaro
Deputada estadual considera ‘ironia do destino’ que senadores da esquerda apoiem o nome
A deputada estadual Janaína Paschoal disse que o Brasil precisa se inspirar nos Estados Unidos para sabatinar o indicado do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, Kassio Nunes Marques. “A indicada por Donald Trump, Amy Coney, foi sabatinada por dias, com seriedade. Tenho esperanças de que o Senado faça isso, mas as notícias não animam”, avaliou. “Do ponto de vista do papel do Senado, não to animada. Mas do ponto de vista político, considero uma traição aos eleitores do Bolsonaro.” Para ela, é uma “ironia do destino” que os senadores da esquerda, que tem o desejo de desfazer a Lava Jato, estejam apoiando a indicação de Marques.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Janaína afirmou que a expectativa eram por um ministro que cumprisse os requisitos constitucionais e que também tivesse a pauta anticorrupção. “Não é para desrespeitar as garantias individuais, mas que não use o discurso do garantismo para favorecer a impunidade. Bolsonaro traiu seus eleitores nessa pauta e na pauta dos costumes. Havia juízes de primeira linha, a favor da vida, da preservação da família, que acreditam nos valores. E ele indicou o contrário e tudo isso”, acrescentou. “É a degradação da República. Estou vendo que o indicado vai virar ministro e entramos na fase do ‘rezar para estar errada e ter boas surpresas’. Ma a carreira acadêmica dele não sugere que ele preenche os requisitos constitucionais. É uma tristeza sem precedentes.”
Janaína Paschoal ressaltou as divergências no currículo de Kassio Nunes Marques. “Infelizmente, as universidades brasileiras acabam corroborando com essa situação inadmissível. É inadmissível ter no STF alguém que colocou no currículo títulos que não existiam, que usou trechos acadêmicos inteiros de outras pessoas. Não é questão de plágio, é integridade acadêmica. Se eu fosse senadora, meu voto seria não”, disse. A deputada ainda comentou a situação da soltura do André do Rap, pelo ministro Marco Aurélio Mello. “Esse caso que ficou famoso foi um, mas são dezenas. A legislação atual não corrobora com essa prática. Não podemos cair no equívoco que isso aconteceu por falta de lei. O que aconteceu é inadmissível na legislação vigente”, finalizou.
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