Jovem que passou 33 meses presa após sofrer aborto é absolvida em El Salvador

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2019 07h49 - Atualizado em 20/08/2019 09h39
EFE Hernández foi recebida com festa após ser absolvida

A salvadorenha Evelyn Hernández foi inocentada de uma acusação de homicídio que poderia render até 40 anos de prisão. A jovem de 21 anos foi acusada de cometer o crime por ter sofrido um aborto espontâneo em 2016.

Ela havia dado à luz em um banheiro após sentir contrações e, quando chegou ao hospital, o bebê já estava morto. Na época, a jovem disse à Justiça que só soube da gravidez quando sofreu o aborto e que tinha sido vítima de estupro. Mesmo assim, ela foi indiciada por interromper a gestação.

Evelyn foi acusada pela Procuradoria-Geral da República por homicídio qualificado e passou 33 meses na prisão. Em outubro de 2018, no entanto, a Suprema Corte de Justiça considerou que as provas apresentadas não tinham fundamentação.

Dessa forma, Evelyn teve a liberdade decretada e um novo julgamento foi aberto. O novo júri formado decidiu, portanto, pela absolvição da jovem. Após a decisão, ela foi recebida e ovacionada por ativistas dos direitos das mulheres.

El Salvador é um dos países mais rígidos com relação ao aborto e proíbe a prática em qualquer circunstância, inclusive em casos de estupro. As penas para a interrupção da gestação podem variar de dois a 50 anos de prisão. Atualmente, cerca de 20 mulheres estão detidas no país por terem realizado aborto.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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