Juízes e procuradores criticam decisão do STF que não prevê reajuste salarial em 2018
Entidades de classe do Judiciário criticam a decisão do Supremo Tribunal Federal, que não previu reajuste salarial para os ministros no orçamento de 2018. Como a Suprema Corte representa o teto do funcionalismo público, qualquer aumento provoca um efeito cascata em toda a administração pública.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, é um engano interpretar a decisão como economia de dinheiro. José Robalinho Cavalcante esclareceu que não haveria impacto fiscal mesmo se fosse concedido o aumento de 16,3% para os procuradores.
“Essa decisão do Supremo, que vocês têm como correta e que eu tenho como absolutamente equivocada não baixou o gasto público em nada”, disse.
Os juízes também reprovaram o placar no Supremo, que foi de oito votos pela rejeição da proposta de incluir o aumento e três a favor.
O presidente da Anamatra afirmou que o reajuste representaria uma “recomposição parcial das perdas inflacionárias dos últimos anos”. Para Guilherme Feliciano, que representa os magistrados da Justiça do Trabalho, foram levadas em conta na decisão as exceções à regra.
“Há excessos, há penduricalhos. Esses casos que devem ser objetos de preocupação. Onde há desembargadores ou juízes recebendo remunerações mensais de R$ 70 mil, isso está errado. Mas o que ficou decidido acaba atingindo juízes que não têm esses penduricalhos, que recebem estritamente dentro do teto”, criticou.
Hoje o salário dos ministros do Supremo, que também é o teto do funcionalismo, é de R$ 33,7 mil. Com o reajuste desejado pelos procuradores iria para quase R$ 40 mil.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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