Jungmann garante que intervenção no RJ não é por falta de pulso do Governo

  • Por Jovem Pan
  • 20/02/2018 09h16 - Atualizado em 20/02/2018 11h03
Marcelo Camargo/Agência Brasil Ele disse também que uma intervenção total foi estudada, mas a força do mandato popular foi preservada

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, alertou que existem muitos desentendimentos sobre a intervenção no setor de segurança no RJ. Ele disse que até entende por conta do ineditismo da medida, mas garantiu que não se trata de falta de pulso do Governo ou organização.

Ele disse também que uma intervenção total foi estudada, mas a força do mandato popular foi preservada. “Tem prerrogativa, mas o presidente entendeu por preservar o mandato popular. Em uma democracia, o mandato popular tem enorme simbolismo e também porque a questão aguda está relacionada à segurança. Acho que o presidente foi sensato, preservando mandato de origem popular, que foi votado e aprovado pela maioria dos cariocas”, disse.

O ministro fez questão de explicar que não se trata de intervenção militar, apenas coincidência de o interventor ser militar: “a intervenção é político-administrativa e não tem nenhuma autoridade sobre a ação militar. A ação militar tem um comandante que é o mesmo, interventor, mas ele está subordinado. Mas quem vai decidir sobre a ação é o Estado maior. O GLO não vai interferir na política e administração da Secretaria ou da área de segurança. E nem o interventor vai interferir na ordem militar dos acontecimentos”.

E o mandado coletivo de busca e apreensão e de prisão, segundo o ministro, não foi invenção atual, e será requerido para as operações. “O mandado existe e já foi empregado. É mandado de busca e apreensão coletivo. Se for necessário, não há nenhum problema em requerer a Justiça, porque é ela que terá a última palavra. Mas lembro que mandado de busca coletiva já aconteceu quando da implantação das UPPs, não é nenhuma novidade”.

Já o financiamento, segundo o ministro estará garantido. É o quarto Orçamento da República e só perde para Previdência, Saúde e Educação.

O Rio de Janeiro está mesmo em emergência, segundo descreveu o ministro: “11 GLOs, mas o RJ, que ao é outro planeta, vive situação que hoje caracterizei com quatro pontos. Em primeiro lugar, 44% das correspondências não podem ser entregues senão contando com escolta armada. As igrejas não conseguem fazer seus cultos e missas, crianças não cumprem calendário escolar”.

Deputados de outros Estados fazem comparações e solicitaram a Temer intervenção parecida, mas segundo Jungmann, não há nenhum outro caso sendo analisado no momento.

*Informações do repórter José Maria Trindade

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