Jungmann se coloca contra ‘senso comum’ de que basta prender bandido para resolver segurança no País
Problemas no País, os presídios brasileiros registram superlotação e identificação de atividades criminosas comandadas de dentro das celas por parte das facções criminosas.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, ressaltou que são mais de 720 mil presos no Brasil sob comando de organizações criminosas, e que é preciso deixar o “senso comum” de que basta prender para que o problema da segurança seja resolvido.
“Vocês não se dão conta de que cada vez que se coloca um bandido na prisão ele vai para sobreviver, já que ele tem que jurar fidelidade para a facção. Olhar a criminalidade e a violência da rua até a porta do sistema prisional é esquecer que o que acontece na rua é determinado de dentro do sistema prisional. Tem que pensar o que acontece dentro do presídio. A dinâmica do que acontece na rua é determinada dentro de presídios”, reiterou o ministro.
Jungmann rechaçou ainda a ideia de que a situação estaria resolvida só “jogando” um criminoso dentro do sistema prisional. “Se não olhar dentro do sistema prisional, com 70 facções, e achar que resolveu o problema, você está profundamente errado”.
Segundo o ministro, o tema não é tratado durante as campanhas eleitorais, por exemplo, porque não dá voto. “A população se sente feliz quando se tira bandido da rua, e está certa. Mas ninguém fala do que tem dentro do sistema. 40% dos presos lá dentro não têm nenhuma condenação, porque o Judiciário não tem velocidade para fazer isso. Não estou passando a mão na cabeça de bandido, pelo contrário”, disse.
Indulto de Natal
O indulto natalino continua causando polêmica neste fim de ano no aguardo da decisão do presidente Michel Temer. Um dos temas debatidos e que possuem relação com o tema é a justificativa moral para que o decreto seja concedido.
Jungmann afirmou que a ideia do decreto é excluir do benefício aqueles que cometeram crimes de dignidade sexual, contra crianças e adolescentes etc, mas que a concessão será definida em reunião com Temer nesta sexta (28).
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