Justiça destitui diretoria de hospital no RJ após indisponibilidade de leitos

Marcelo Fonseca/Estadão Conteúdo A unidade prometia ser a referência da rede federal no estado, com aproximadamente 200 leitos para atender pacientes infectados pela covid-19

Autoridades especialistas e a própria população anda intrigada com a falta de participação, como uma espécie de negligencia, da rede federal de saúde no combate e atendimento à pacientes com coronavírus no Rio de Janeiro.

Ao todo, são seis hospitais federais no Rio. Entre eles está o Hospital de Bonsucesso, que fica na zona norte. A unidade prometia ser a referência da rede federal no estado, com aproximadamente 200 leitos para atender pacientes infectados pela covid-19. Entretanto, até o momento, apenas 18 camas foram disponibilizadas.

A juíza Carmen Arruda, da 15ª Vara Federal do Rio de Janeiro, incomodada do hospital, decidiu destituir toda a diretoria da unidade. A decisão já foi, inclusive, comunicada ao ministério da Saúde.

Segundo ela, não faltam recursos, já que os repasses foram feitos. Mas não se sabe por qual motivo, profissionais médicos não foram contratados, equipamentos não foram contratados para a disponibilidade dos leitos aos pacientes.

“A pergunta é: por que o hospital de Bonsucesso, tendo dinheiro em caixa, tendo recebido os repasses do ministério da Saúde, não fez a compra, não providenciou a compra. Até quando vai ficar esperado providenciar a compra, quando o Brasil atingir um milhão e meio de mortos?”

Nesse momento, são 2.700 leitos que estão bloqueados nas três redes, federal, estadual e municipal por problemas como falta de médicos, equipamentos ou necessidade de obras que não foram realizadas. Ao mesmo tempo, 3.000 leitos de hospitais de campanha estão sendo disponibilizados até o final de maio para atender a população.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga