Justiça impede, pela 2ª vez, expulsão de aluno punido por racismo; colegas convocam ato de repúdio à decisão
A Justiça de São Paulo impediu, pela segunda vez, que a Universidade Presbiteriana Mackenzie mantenha a expulsão de um estudante acusado de racismo. A juíza Silvia Figueiredo Marques negou um recurso da instituição e sustentou a decisão que permite ao estudante de Direito Pedro Baleotti frequentar a universidade.
Ele havia sido expulso em dezembro do ano passado, após vídeos dele circularem nas redes sociais. Nas imagens, Pedro aparece desferindo ofensas consideradas racistas, além de ameaças: “indo votar armado com faca, pistola, o diabo. Louco para ver um vadio vagabundo de camiseta vermelha para matar logo. Essa negraiada vai morrer”.
Na época, a Universidade suspendeu preventivamente o estudante e divulgou uma nota afirmando que “tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas”. Ele chegou a ser indiciado por crime racial pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do DHPP.
Na decisão desta semana, a magistrada entendeu que os argumentos oferecidos pela direção da faculdade não são suficientes para uma decisão diferente da tomada anteriormente.
Em nota, a defesa de Pedro Baleotti informou que não irá se manifestar sobre questões que estão sendo resolvidas judicialmente.
Alunos do Mackenzie convocaram um ato de repúdio à decisão para esta sexta-feira, às 17h30, na Avenida Paulista. De acordo com o Coletivo Afromack, “toda e qualquer forma de preconceito não é tolerável, sobretudo no ambiente de ensino”.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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