Justiça torna réus executivos da marca Gregory por trabalho escravo

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2017 09h47 - Atualizado em 31/08/2017 11h49
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EBC Segundo a acusação em fevereiro e março de 2012, durante fiscalização realizada por auditores-fiscais do trabalho, foram resgatadas 22 vítimas

Justiça Federal de São Paulo abre ação criminal contra representantes da loja de roupas Gregory por submeterem bolivianos ao trabalho escravo. Também são réus na ação outras quatro pessoas, responsáveis pelas empresas e oficinas de costura usadas pela marca.

Segundo a acusação em fevereiro e março de 2012, durante fiscalização realizada por auditores-fiscais do trabalho, foram resgatadas 22 vítimas “submetidas a condições degradantes, jornadas exaustivas e atividades forçadas”.

Para a Procuradora da República responsável pelo caso, Priscila Schreiner, há indícios suficientes para oferecer a denúncia contra os diretores da loja.

Além das péssimas condições dos alojamentos, os costureiros eram submetidos a jornadas que variavam entre 14 e 17 horas por dia.

Os trabalhadores recebiam em média 3 reais por peça produzida e ainda pagavam com a força de trabalho pelas passagens utilizadas na viagem da Bolívia para o Brasil.

A fiscalização flagrou ainda um bebê de apenas um mês de vida, que dormia entre as máquinas de costura, em um berço improvisado com caixas de papelão.

Em nota, a Gregory afirmou que repudia toda forma de exploração do trabalho e que os bolivianos resgatados nunca trabalharam para a empresa.

Os réus vão responder pelo crime de reduzir os trabalhadores a condição análoga à de escravo.

A pena prevista varia entre dois anos e oito anos de prisão para cada vítima identificada, além do pagamento de multa.

*Informações da repórter Natacha Mazzaro

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