Líder do PSDB classifica decisão do STF sobre Aécio como “prisão domiciliar” e invoca Constituição

  • Por Jovem Pan
  • 27/09/2017 09h34
Jonas Pereira/Agência Senado Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), classificou como “prisão domiciliar” a decisão que mantém o colega de partido recolhido em sua casa durante a noite

Após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidir, por 3 votos a 2, pelo afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do exercício de seu mandato, os tucanos passaram a defender que o plenário do Senado valide a decisão.

Segundo senadores do partido, como há a decisão pelo recolhimento noturno de Aécio, é possível aplicar o artigo da Constituição que prevê que o Senado autorize em caso de prisão domiciliar. Entretanto, na mesma sessão desta terça-feira (26), a Primeira Turma da Suprema Corte negou, por 5 votos a zero, o pedido de prisão preventiva do senador.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), classificou como “prisão domiciliar” a decisão que mantém o colega de partido recolhido em sua casa durante a noite.

“A nossa bancada no Senado tem posição tomada. Queremos que o Senado se reúna hoje e que os 80 senadores votem conforme estabelece o Art. 53 da Constituição. A Constituição Federal é clara e estabelece que qualquer deputado ou senador pode ser preso se cometer crime inafiançável ou em flagrante. E o Senado tem que deliberar para saber se a prisão deve ser mantida ou não”, disse Bauer.

“No caso do senador Aécio, ele não foi pego em flagrante e nem cometeu crime inafiançável, o que existe é acusação feita tempos atrás por delator, ele está respondendo a esse inquérito. Se for inocentado, tudo bem, se for culpado vai responder na Justiça. Mas até lá ele deve ter todas as liberdades que qualquer brasileiro tem. Quase como uma prisão domiciliar sem que tenha sido julgado. Não é justo que senador, por causa de uma suspeita, seja detido e impossibilitado de exercer suas funções”, completou.

Questionado se o PSDB não tem vergonha em ter como presidente, mesmo que licenciado, um político como Aécio Neves, Paulo Bauer declarou que o partido não é feito de apenas um nome e que não devem ser feitos julgamentos prévios.

“Como cidadão temos que respeitar a opinião de todas as pessoas que tenham sentimentos, opiniões. Ninguém pode ser condenado sem ter direito de defesa a seu favor. E tem muita gente no Brasil condenada cumprindo prisão. Não posso sair por aí dizendo que todos que tenham acusação na justiça são criminosos. Ele pode ter suspeita e suspeita gera sentimentos. Sabemos que PSDB teve algum abalo, o partido sofre com isso, porque muitas pessoas analisam os fatos e tiram conclusões, mas não devemos ofender a lei”, defendeu.

Confira a entrevista completa:

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