“Lugar mais perigoso para uma mulher é dentro de casa”, diz juíza

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2017 09h39 - Atualizado em 23/08/2017 11h42
BRA01. RÍO DE JANEIRO (BRASIL), 27/05/2016.- Una mujer participa en una manifestación contra la violación de una adolescente por más de 30 hombres, hoy, viernes 27 de mayo de 2016, frente a la Asamblea Legislativa de Río de Janeiro (Brasil). La violación de una adolescente por más de 30 hombres en una favela de Río de Janeiro ha consternado a Brasil y ha provocado una cadena de condenas en las redes sociales, entre ellas la de Dilma Rousseff, la presidenta suspendida temporalmente del cargo, y del propio Gobierno interino. EFE/Antonio Lacerda EFE/Antonio Lacerda De janeiro a junho deste ano, 272 mulheres foram mortas no estado de São Paulo, 93, foram vítimas dos maridos e companheiros

Cláudia Zerati, Celina Mascarenhas, Maria do Carmo Cândido: entre domingo e segunda-feira, essas três mulheres perderam suas vidas.

Elas não estavam em lugares inóspitos, escuros, desertos. Seus assassinos não eram agressores em série, desconhecidos que atacam suas vítimas aleatoriamente.

Em comum essas três vítimas de feminicídio nos mostram o que a juíza Tereza Cabral percebe no dia-a-dia do trabalho dela: “o lugar mais perigoso para uma mulher é dentro de casa”.

A violência contra mulher também não tem classe social, ou idade.A juíza Claudia Zerati foi assassinada na madrugada de domingo pelo marido dela, o delegado Cristian Lanfredi, que na sequencia tirou a própria vida.

A advogada Celina Mascarenhas, foi morta na segunda-feira, pelo ex-marido, um policial militar. O filho do casal, de sete anos de idade, estava em casa no momento do crime.

O ajudante de serviços gerais Antônio de Souza, de 62 anos, foi preso depois de agredir e matar a mulher, Maria do Carmo Cândido, de 67, anos, também na segunda-feira.

Ao mesmo dia, no Jardim Angela, zona sul da cidade, uma mulher foi morta estrangulada pelo namorado.

Ou seja, em dois dias, quatro mulheres foram assassinadas por maridos, namorados, ex-companheiros.

A titular da segunda da delegacia da mulher em São Paulo, Jaqueline Valadares, lembrou que o assassinato é o ápice de uma violência que começa bem mais cedo: “normalmente se inicia com xingamentos, ameaças, tende a culminar em agressão e às vezes no feminicídio”.

O problema, lembrou a juíza Tereza Cabral, é que esses agressores não demonstram um comportamento violento para a sociedade. E aí a vítimas muitas vezes acabam sendo desacreditadas por familiares e amigos quando relatam os ataques. “O agressor é uma pessoa que, aos olhos da sociedade, é uma pessoa normal”, disse.

De janeiro a junho deste ano, 272 mulheres foram mortas no estado de São Paulo, 93, foram vítimas dos maridos e companheiros.

*Informações da repórter Helen Braun

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