Lula e Bolsonaro criticam Petrobras por novo reajuste do diesel
Estatal anunciou lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre, mas a expectativa é de alta no combustível
Após a Petrobras anunciar um lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre do ano, a expectativa entre os analistas do setor é por um novo reajuste no diesel. O último aumento, que foi de 25%, aconteceu faz quase dois meses, mas desde então o preço ficou defasado com relação ao mercado internacional. Diante da perspectiva, o presidente Jair Bolsonaro já havia chamado os ganhos da estatal de “estupro”. No final de semana, o mandatário pediu que a empresa não aprove novos reajustes. “Eles sabem que o Brasil não aguenta mais um reajuste de combustível em uma empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do povo brasileiro”, afirmou. No lançamento da pré-candidatura, o ex-presidente Lula (PT) culpou a Lava jato e os governos de Bolsonaro e Michel Temer pelos aumentos nos combustíveis. Segundo o petista, manter o controle da estatal é questão de soberania. “Defender a nossa soberania é defender a Petrobras, que vem sendo desmantelada e sucateada, dia após dia. Colocaram à venda as reservas do pré-sal, entregaram a BR distribuidora e os gasodutos, interromperam a construção de algumas refinarias e privatizaram outras, o resultado desse desmonte é que somos autossuficientes em petróleo, mas pagamos por uma das gasolinas mais caras do mundo, cotada em dólar, enquanto os brasileiros recebem seus salários em real.”
“O óleo diesel também não para de subir, sacrificando os caminhoneiros e fazendo disparar o preço dos alimentos. O botijão de gás já chegou a custar R$ 150, comprometendo o orçamento doméstico da maioria das famílias brasileiras. Nós precisamos fazer com que a Petrobras volte a ser uma grande empresa nacional e se transformar outra vez em uma das maiores do mundo, colocá-la de novo a serviço do povo brasileiro, fazer outra vez o pré-sal, o nosso passaporte para o futuro, financiando saúde, edução e ciência”, completou. O diretor do Centro brasil de Infraestrutura, pedro Rodrigues, lembra do aumento do barril do petróleo com alta do dólar e guerra na Ucrânia e defende uma solução do problema fora do cenário político. “Não é só o brasileiro que está chateado com a alta dos preços, o alemão está chateado, o francês está chateado, o mundo inteiro está chateado, porque os combustíveis estão relacionados com o preço do petróleo. O que a gente tem que ter na cabeça que o país não pode fazer, como foi feito no passado, principalmente nos governos do PT, é usar o dinheiro do acionista para fazer política pública. A política pública pode e deve ser feita, mas com dinheiro do Tesouro Nacional”, acrescentou.
*Com informações da repórter Letícia Ticianelli
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