Luva biônica criada por brasileiro faz o maestro João Carlos Martins voltar ao piano
Uma invenção despertou as notas adormecidas de um dos maiores maestros do Brasil. Depois de anunciar a despedida dos pianos em fevereiro de 2019, João Carlos Martins voltou a tocar.
“Tive um acidente no nervo, uma lesão cerebral em um assalto e tive que abandonar o piano. Essa luva foi um sonho que correu atrás de mim.”
A luva biônica do designer industrial Ubiratã Costa possibilitou que a mão do pianista voltasse a ter todos os movimentos sobre as teclas.
A partir de um desenho feito à mão, Costa explica que as luvas são feitas de tecido neoprene e fabricadas em impressoras 3D. “Quando o maestro movimenta, ele aperta a tecla e a mola da luva retornam o dedo para a posição normal”
Graças à luva, o pianista tocou pela primeira vez em 22 anos no dia do aniversário de São Paulo. Sem poder virar as páginas, decorou quase 15 mil partituras de músicas ao longo do tempo — de Bethoven a Tchaikovski.
“Eu vou este ano parar de decorar e vou usar o robô para me dedicar 4h a 5h por dia ao piano. Meu desafio é tocar praticamente como eu tocava”
No dia 25 de junho deste ano, João Carlos Martins fará um concerto em Nova York, ao lado de Gal Costa, em comemoração aos seus 80 anos. “Eu sei que eu tenho um pequeno cadáver enterrado no meu peito porque eu nasci para tocar piano. A ideia agora é desenterrar esse cadáver.”
*Com informações da repórter Livia Fernanda
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