Macron abaixa o tom e Merkel se propõe a ligar para Bolsonaro
Os líderes das sete economias mais industrializadas do mundo decidiram enviar ajuda o mais rápido possível para combater as queimadas na Amazônia. A reunião do G7 em Biarritz, na França, deu ao tema o destaque prometido na semana passada quando Emmanuel Macron elevou o tom contra o governo brasileiro.
A ideia dos franceses é apoiar as ações de controle dos focos de incêndio e criar ações de longo prazo para reflorestamento do que foi perdido. O país propõe a criação de um fundo global para levantar os recursos financeiros necessários para proteger a floresta.
O assunto teve destaque no G7 semelhante a outros temas importantes para o grupo como Irã e Rússia – com a diferença que no caso da floresta há consenso entre todos os integrantes do encontro. Entretanto, houve uma clara mudança de tom por parte de Emmanuel Macron, responsável por iniciar o debate sobre a proteção da Amazônia.
Ficou evidente que o chefe do Eliseu deu um passo em falso ao ameaçar o acordo da União Europeia e o Mercosul para pressionar Jair Bolsonaro. Países como Alemanha, Reino Unido e Espanha não concordaram com as declarações de Macron. Como de costume, coube à principal fonte de sensatez na política mundial, a chanceler Angela Merkel, o papel de moderação.
Merkel inclusive aparece em um vídeo que registra os bastidores da reunião dizendo que vai ligar para Bolsonaro para que o presidente brasileiro não fique com a impressão de que estão trabalhando contra ele. Boris Johnson, do Reino Unido, concorda que é uma medida importante e Macron também reage de forma positiva.
Talvez assim fique mais claro que a reação internacional não se trata de um plano mirabolante da esquerda nem uma tentativa dos países desenvolvidos de dominar a Amazônia. A preocupação é proteger a maior floresta tropical do planeta que não tem como ser substituída.
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