‘Maduro ganhou o round, mas sai um pouco machucado’, avalia ex-embaixador

Marcos Azambuja destaca que a Venezuela vive “mais um round” da disputa de poder

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2019 08h40
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EFE "Maduro sobreviveu e creio que há fake news em jogo", acrescentou o ex-embaixador

A crise na Venezuela chegou ao seu ponto mais delicado nesta terça-feira (30), quando o opositor e presidente autoproclamado, Juan Guaidó, disse ter o apoio de militares para derrubar Nicolás Maduro. Entretanto, o presidente do país foi quem saiu “vitorioso” do embate nas ruas de Caracas com o apoio de militares mais graduados e força de repressão maior contra os manifestantes. Para esta quarta-feira (1º), Guaidó convocou venezuelanos a irem às ruas.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ex-embaixador Marcos Azambuja destacou que a Venezuela vive “mais um round” dessa disputa de poder e que o governo Maduro ainda sobrevive. “Maduro ganhou o round, mas sai um pouco machucado”, afirmou.

“Vivemos um processo de erosão do regime, com crise econômica, pressão política e internacional. Desejo que a situação tenha um desenlace menos traumático (…) A América Latina é um teatro de situações políticas. São dois presidentes funcionando no mesmo lugar. Guaidó está anunciando manifestações. Governar um país com um presidente é complicado. Com dois então… Mas Maduro sobreviveu e creio que há fake news em jogo”, disse.

A informação falsa citada por Azambuja é a de que existiam aviões russos para levarem Nicolás Maduro para fora da Venezuela em caso de derrota nesta terça. “Maduro está em declínio e a caminho que seu governo perca sustentação. Ele continua tendo apoio do México, Rússia, China, Cuba”.

Sobre a posição brasileira no conflito venezuelano, Marcos Azambuja foi categórico ao pedir posicionamento estrito à adesão a valores e princípios. “O Brasil deve reiterar o apoio à democracia, direitos de cada país, à não intervenção. Deveríamos ficar limitados a valores e princípios e não nos envolver”, defendeu.

O ex-embaixador lembrou ainda que, passada a crise na Venezuela, o país segue na fronteira com o Brasil. Ele pediu também que o Governo brasileiro tome cuidado com as palavras utilizadas na defesa de Guaidó, por exemplo. “Deve ser menos enfático na linguagem e nos gestos utilizados”, aconselhou.

Confira a entrevista completa com o ex-embaixador Marcos Azambuja:

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