Maia diz que suspender intervenção no RJ para votar Previdência “soa estranho”

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2018 09h44 - Atualizado em 19/02/2018 10h03
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Lula Marques/AGPT Política Câmara dos Deputados Rodrigo Maia Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, confirmou que a fala de Temer causa estranhamento e atrasa uma questão que já estava com dificuldades para se constituir uma maioria de três quintos na Casa

A intervenção federal no Rio de Janeiro será objeto de discussão nesta segunda-feira (19), na Câmara, caso o plenário conquiste o quórum para votar. Em caso de aprovação, o decreto segue para o Senado, já que é o Congresso quem deve autorizar a ação no Estado.

A decisão vem dias antes de a Câmara tentar colocar em votação a reforma da Previdência, mas, na sexta-feira (16), em pronunciamento após a assinatura do decreto, o presidente Michel Temer afirmou que a intervenção estaria suspensa caso a reforma conseguisse atingir os 308 votos necessários para a sua aprovação.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, confirmou que a fala de Temer causa estranhamento e atrasa uma questão que já estava com dificuldades para se constituir uma maioria de três quintos na Casa.

“Intervenção é fato tão grave, atípico e único, que não está na hora de se discutir se pode ou não [interromper a intervenção para votar a Previdência]. Se cabe intervenção, não cabe neste momento nenhuma outra discussão. Se há necessidade da intervenção, me soa estranho anunciar intervenção, anunciar que ela pode ser suspensa. Soa estranho para a sociedade, para o morador do RJ, vamos começar a implementação depois vamos discutir outros temas. Essa decisão, no mínimo, atrasa muito uma questão que estava com dificuldade de se constituir maioria de três quintos de votos”, disse o democrata.

Sobre a intervenção, Maia declarou ainda que nunca foi contrário e explicou que chegou à reunião sobre o assunto com a decisão já tomada pelos presentes. “O que eu disse é que decisão estava tomada quando fui chamado e eu disse que apoiava, mas não queria fazer críticas à decisão. Única coisa que pedi é que a gente pudesse entender diagnóstico da decisão e macroplanejamento dessas ações (…) Longe de mim achar que a decisão não foi correta”, esclareceu.

Sobre o quórum para a sessão desta segunda na Câmara, marcada para às 19h, Rodrigo Maia disse crer em maioria simples presente. “É uma matéria urgente, decreto presidencial de intervenção. Acho que forma quórum, até porque precisa de maioria simples. Acho que vamos conseguir”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia:

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