Maia: ‘Levy e Marcos Pinto não precisavam passar pelo que passaram’
O presidente da Câmara dos Deputados criticoU a forma como demissões foram feitas pelo governo federal; Onyx confirmou que Bolsonaro e Levy não tinham boa relação
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou a forma como ocorreram os desligamentos do então presidente e do diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy e Marcos Pinto. Segundo ele, demissões fazem parte da “prerrogativa do presidente da República e do ministro da Fazenda”, mas “o formato não foi o mais adequado”.
“O Joaquim e o Marcos Pinto não precisavam passar pelo que eles passaram”, afirmou Maia. Pinto enviou, no sábado (15), uma carta de renúncia afirmando que decidiu deixar o cargo em razão do “descontentamento manifestado” pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Levy, por sua vez, pediu demissão no último domingo (16), após o chefe do executivo afirmar que ele estava “com a cabeça a prêmio”.
Segundo o porta-voz da presidência, Otávio Rego Barros, a escolha de Bolsonaro para o BNDES foi técnica e acertada com o ministro Paulo Guedes, e tem por objetivo abrir a caixa preta da instituição. “O presidente tem, por concepção pessoal, naturalmente, a percepção de que eventuais pessoas que participaram do governo que colocou o Brasil nessa situação catastrófica em que se encontra atualmente não deve compartir conosco a possibilidade de promover sua melhoria”, explicou Barros.
Ele também afirmou que entre as metas da nova gestão do banco estão a devolução de recursos para o Tesouro Nacional e o aumento dos investimentos em infraestrutura e saneamento básico.
Na segunda-feira (17), em São Paulo, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou que a relação de Bolsonaro e Levy não era das melhores. “Não houve sintonia entre o que desejava o presidente e como trabalhava o dr. Levy. É uma pessoa que a gente respeita, tomou uma decisão que a gente respeita, vida que segue”, declarou.
O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, também comentou sobre a saída do então presidente do BNDES. Ele minimizou possíveis efeitos do episódio no Ministério da Economia. “Toda a equipe está absolutamente tranquila,o trabalho continua com a mesma dedicação e eficiência de antes”, garantiu.
Em nota, o Ministério da Economia agradeceu Levy pela “dedicação demonstrada enquanto presidente do BNDES”.
Novo presidente do BNDES
O governo anunciou nesta segunda-feira (17) o economista Gustavo Montezano como novo presidente do BNDES. Montezano, de 38 anos, assume o comando da instituição com a saída de Joaquim. Ele é o atual secretário Especial Adjunto do Ministério da Economia.
Graduado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia e mestre em Economia e Finanças pelo Ibmec, foi sócio-diretor do BTG Pactual.
*Com informações da repórter Victoria Abel
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