Maílson da Nobrega defende privatizações por fim de uso político das estatais
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega falou ao Jornal da Manhã deste sábado (20) sobre as novas regras da Caixa Econômica Federal, que proibiu indicações políticas após quatro vice-presidentes, investigados de irregularidades, terem sido afastado pelo presidente Michel Temer, pressionado pelo Ministério Público e Banco Central.
Nóbrega vê no caso investigado na Caixa a “característica do presidencialismo de coalizão no Brasil” e o “uso de recursos de poder”;
O ex-ministro vê duas saídas para o caso: a primeira seria uma “reforma política que reduza dramaticamente o número de partidos políticos”, para termos “partidos com ideologias, programas, que defendam suas ideias”. Ele acredita que “estamos longe” dessa realidade.
“A segunda saída é mudar as regras, seja privatizando as empresas estatais”, propõe. Para Nóbrega, “quase nenhuma (estatal) é necessária hoje no Brasil”. Ele reconhece, no entanto, que esta “é uma saída muito difícil” devido à opinião contrária da maior parte dos brasileiros em relação à privatização. Reverter o cenário depende de uma capacidade de convencimento muito grande e um “novo líder” que proponha tal projeto e “explique o verdadeiro papel do Estado”, diz.
Sistema britânico
Para Maílson da Nóbrega, o sistema político de indicação a cargos de confiança brasileiro deve se espelhar no britânico.
“É impossível ter seriedade em um país em que 35 mil cargos da administração pública podem ser providos por indicação política”, afirmou, em relação ao Brasil. “É impossível que o corrupto, o despreparado, o ignorante não seja indicado”, entende.
Os ingleses fizeram uma reforma nesse sentido no século XIX”, citou, lembrando que “a corrupção era muito grande” no parlamento britânico.
Hoje, afirma, os cargos de indicação política (no Reino Unido) são restritos ao ministro e a pessoas muito próximas ao ministro e chega apenas de 100 a 200.
“O secretário da receita federal britânica é escolhido por um headhunter, uma consultoria de busca de talentos, que oferece ao governo dois ou três nomes”.
Ouça a entrevista completa:
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